Estado de Minas 90 ANOS

Vídeo: cinemas e teatros desativados de BH

Em seus 120 anos, Belo Horizonte assistiu ao fim de cinemas e casas de espetáculos. Mas eles ainda resistem no imaginário da cidade


15/06/2018 06:58 - atualizado 21/06/2018 15:44


“Não é possível, minha mocidade fecha com ele um pouco/ Não amadureci ainda bastante para aceitar a morte das coisas.” Com esses versos, Carlos Drummond de Andrade se despedia do Cinema Odeon, na Rua da Bahia, desativado numa Belo Horizonte que mal chegara aos 30 anos de fundação. “Não aceito, por enquanto, o Cinema GlOria, maior, mais americano, mais isso-e-aquilo./ Quero é o derrotado Cinema Odeon”, protestou Drummond no poema O fim das coisas. Pois o GlOria “isso-e-aquilo” fecharia as portas em 1957. E o outro Odeon, aberto posteriormente na Floresta, daria lugar a uma sauna masculina em 1995. Em seus 90 anos, o EM registrou o fim de vários espaços culturais da capital – alguns ainda lembrados com saudades, vários esquecidos completamente e outros desativados sob veementes protestos da população.

 

CINE THEATRO GLORIA
Um dos cinemas pioneiros de BH. Ficava na Avenida Afonso Pena, entre a Praça Sete e a Rua Tamoios, no Centro. Na porta, vendiam-se buquês de amor-perfeito. Fechou em 21 agosto de 1957. Yvonne de Carlo era a estrela de Escreveu seu nome a bala, exibido na última sessão do Gloria.

(foto: Igino Bonfioli/Arquivo EM)

 

CINE METRÓPOLE
Ficava na esquina das ruas Goiás e da Bahia, no Centro. Lá funcionou o Theatro Municipal, inaugurado em 1909 e transformado em cinema nos anos 1940. Sob protestos da população, foi demolido em 1983 para dar lugar ao prédio do Bradesco.

(foto: Pedro Graeff/EM/D.A Press)

 

CINE PATHÉ
A sala de cinema que fez história em BH teve dois endereços. Aberta em 1920, funcionou durante 13 anos na Av. Afonso Pena, 759, no Centro (foto). Em 1948, o novo Pathé foi aberto na Av. Cristovão Colombo, na Savassi, tornando-se o cinema de arte de BH. Fechou em 1999.

(foto: Arquivo EM)

 

Olympia
A megacasa de shows instalada no subsolo do Edifício JK, no Santo Agostinho, recebeu shows memoráveis dos roqueiros Titãs, dos sertanejos Leandro e Leonardo (no início da carreira) e de atrações estrangeiras da cena eletrônica – Information Society e Technotronic. Fechou no início dos anos 1990.

(foto: Eduardo Rocha/Arquivo EM)

 

Cabaré Mineiro
No início da carreira, Marisa Monte, Cassia Eller e Ed Motta fizeram os primeiros shows em BH nesta casa criada por artistas. Wagner Tiso era um dos sócios. Wayne Shorter e Wynton Marsalis foram atrações do Cabaré, que funcionou de 1985 a 1992 na Rua Gonçalves Dias, no Bairro Funcionários.

(foto: Maria Tereza Correia/EM/reprodução)

 

CINE ART PALÁCIO
Com 1,2 mil lugares, fechou as portas em janeiro de 1992. Nas décadas de 1950/1960, abrigava os cineclubistas de Belo Horizonte. Lá ficava o “bunker” do Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais (CEC-MG), nos anos 1950.

(foto: Arquivo EM)

 

Lapa Multshow
Funcionou de 1999 a 2011 na Rua Álvares Maciel, no Bairro Santa Efigênia. Lá se apresentaram artistas revelados na cena independente – Lenine, Los Hermanos, Pedro Luis e A Parede, Cordel do Fogo Encantado e Nação Zumbi –, além de nomes consagrados como Tom Zé e Jards Macalé.

(foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)

 

Erramos: O Cine Metrópole não era localizado onde mostramos no vídeo. O antigo cinema ficava na esquina de baixo das ruas Goiás e Bahia, onde agora é o Banco do Bradesco. O imóvel do Cine Me­­trópole foi demolido em outubro de 1983 sob protestos.


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