Estado de Minas 90 ANOS

O começo do Skank, guardado em recortes de jornal

Lelo Zaneti guarda os recortes sobre o Skank herdados da mãe


postado em 15/06/2018 06:40 / atualizado em 14/06/2018 19:36

O baixista Lelo Zaneti e os
O baixista Lelo Zaneti e os "books" da mãe, dona Dulce, com as primeiras notícias do EM sobre o Skank (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Lelo Zaneti, baixista do Skank, mantém em casa 28 cadernos com recortes de jornais e revistas que sua mãe, Dulce Moreira Zaneti, fez até morrer, em 2014. As publicações do Estado de Minas estão no meio desse material, que recupera a produção da banda na imprensa brasileira.


“Sou o mais novo de sete filhos, o único músico. Minha mãe chamava os álbuns de recortes de books, pois são livros bem grandes”, diz Lelo. O Skank foi criado em 1991. Já no ano seguinte era a banda mais importante de BH. Em 1993, quando assinou contrato com a Sony Music, virou febre. O jornal traz matérias curiosas desse período, todas devidamente arquivadas por Dulce Zaneti.

Em 20 de janeiro de 1993, o jornal publicou o texto “Polícia recolhe cartazes da banda Skank”. O lead (primeiro parágrafo da matéria) dizia o seguinte: “Antes de assinar com a Sony, os músicos mineiros ficaram surpresos com a ação da polícia e afirmam nada ter a ver com a nova erva”. Detalhe: o skunk, que aportava no país naquela época, é uma maconha bem forte.

Aquele início de ano foi animado para a banda. Depois de assinar com a gravadora, o grupo passou o carnaval trabalhando no álbum de estreia. Divulgado de forma independente em 1992, ele foi relançado pela Sony. Para marcar, a banda promoveu show no Expresso Canadá, um grande campo na região do Jardim Canadá que recebia bandas e artistas em ascensão.

O EM daquele 24 de abril comentou que os ingressos estavam esgotados e que o Skank iria apresentar a “receita mineira de fazer reggae e dancehall”.


“Foi um show muito importante, pois convidamos toda a turma de jornalistas de outras cidades, além das pessoas da gravadora. A ideia era que essas pessoas pudessem enxergar o que estava acontecendo em Belo Horizonte naquela época”, relembra Lelo. Houve uma chuva torrencial naquela noite, mas o público de 10 mil pessoas, a maior plateia do Skank até então, não arredou pé.


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