Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

Coronavírus e o isolamento social: se puder, fique em casa


A pandemia mundial do novo coronavírus inicia agora seu ciclo mais perverso no Brasil. Tal como ocorrido na Europa e Estados Unidos, duas das regiões mais afetadas pelo vírus no mundo, entramos na curva ascendente e exponencial do contágio e, infelizmente, mortes.



Nestes cinco meses de COVID-19, o planeta aprendeu muito sobre a doença, seus efeitos, tratamentos paliativos e caminhos para uma vacina emergencial. Desde os primeiros casos na China, os avanços foram muitos. Sabemos, por exemplo, que o uso indiscriminado de respiradores mais atrapalha que auxilia. 

Medicamentos como o Remdesivir, ou coquetéis a base de antivirais poderosos como o Interferon, além de terapias alternativas com o uso de plasma humano ou anticoagulantes, são outras ferramentas que têm conseguido diminuir significativamente o número de internações e mesmo de óbitos. E tais avanços não irão parar.

Há mais de cem vacinas em fases avançadas de testes. Apenas ontem, dois laboratórios anunciaram progressos fantásticos. Gigantes como a Johnson & Johnson e Pfizer já trabalham na ampliação de fábricas e equipamentos para produção em massa de doses, ainda este ano.



Uma empresa israelense desenvolveu um teste rápido, similar a um bafômetro, com eficiência superior a 95% e custo baixíssimo de produção, que detecta a infecção numa pessoa em menos de uma hora. E o laboratório francês Roche anunciou um exame para a detecção de anticorpos IgG com 100% de exatidão.

O mundo trabalha, literalmente, dia e noite, em pesquisas bilionárias na busca de fármacos contra esse maldito vírus. Simultaneamente, as fábricas de respiradores e insumos hospitalares como luvas, máscaras e aventais de proteção, expandem sua produção ao mesmo tempo em que vários países diminuem significativamente suas demandas. Assim, o Brasil poderá contar com mais recursos e conhecimento, ao longo dos próximos meses, justamente durante nosso pior momento.

Se fizermos nossa parte e dermos cada vez mais tempo para o sistema de saúde e a ciência fazerem a delas, poderemos minimizar dramaticamente nossas perdas humanas e, por que não?, econômicas. 

É fundamental, pois, a colaboração da sociedade, notadamente da parte que pode -- e deve! -- manter o isolamento social. Precisamos ganhar tempo para termos mais chances e sairmos vencedores desta batalha.

Como é mesmo a frase? 

Dê tempo ao tempo.