Os combates recomeçaram na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (1/12) depois que o cessar-fogo temporário de sete dias entre Israel e Hamas expirou.

Foram registrados disparos e grandes ataques aéreos em todo o território palestino, enquanto foguetes também foram disparados contra o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza.

Ambos os lados se culparam pelo recomeço da violência após uma semana em que mais de 100 reféns foram libertados pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses.

O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza afirmou que pelo menos 30 pessoas foram mortas desde que o bombardeio israelense foi retomado nesta segunda.



O secretário-geral da ONU, António Guterres, "lamentou profundamente" a retomada dos combates em Gaza.

Nas redes sociais, ele disse ainda ter esperança "que seja possível renovar a pausa estabelecida. "O regresso às hostilidades apenas mostra o quão importante é ter um verdadeiro cessar-fogo humanitário", escreveu.

ALAA BADARNEH/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK
Reencontro na Cisjordânia de palestino que estava preso em Israel; mais de 240 prisioneiros palestinos foram libertados em troca de 100 reféns do Hamas

O Exército de Israel culpou o Hamas por violar os termos da trégua ao não libertar todas as mulheres e crianças reféns detidas em Gaza. Ainda segundo os militares, foguetes foram disparados contra Israel antes do fim da trégua.

Por sua vez, o Hamas culpou Israel por quebrar o acordo de cessar-fogo, dizendo que o governo local impediu um fornecimento de combustível de chegar ao norte de Gaza.

Os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro mataram 1.200 pessoas e cerca de 240 outras foram feitas reféns.

Desde então, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que mais de 14.800 pessoas foram mortas na campanha de retaliação de Israel, incluindo cerca de 6.000 crianças.

Uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Gaza descreveu as cenas registradas nos hospitais do território como "como um filme de terror" mesmo antes do recomeço dos bombardeamentos.

No hospital al-Ahli, na Cidade de Gaza, que a OMS visitou durante a trégua de uma semana, porta-vozes relataram terem visto pacientes com "os ferimentos mais horríveis" deitados no chão "com sangue escorrendo", enquanto os corpos dos que tinham sido mortos eram alinhados no estacionamento do lado de fora.

Fumaça após ataque em Beit Hanoun, no norte de GazaEPA-EFE/REX/Shutterstock

Após o recomeço da violência, os militares israelenses alertaram os moradores de Khan Younis, no sul de Gaza, para fugirem mais para o sul para sua segurança.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) criaram um novo mapa que divide Gaza em centenas de zonas e que será usado para alertar os civis sobre as áreas que precisam ser evacuadas em "preparação para a próxima fase da guerra".

Leia também: Hamas reivindica atentado com três mortos em Jerusalém

Antes do fim do cessar-fogo temporário, os EUA alertaram Israel que a "perda massiva de vidas civis" observada no norte de Gaza antes da trégua não deveria se repetir no sul.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para uma catástrofe humanitária a menos que a trégua seja retomada.

Um porta-voz da organização em um hospital no sul de Gaza descreveu a situação como "aterrorizante".

compartilhe