O ChatGPT é um modelo de inteligência artificial desenvolvido com linguagem natural para dialogar, responder dúvidas com base em textos articulados e detalhados. Presente cada vez mais em diversas áreas do mercado, na medicina, especialmente a psiquiatria não ficou de fora dessa inovação. A inteligência artificial pode ser utilizada para analisar dados de fontes diversas e identificar sinais de alerta precoce de sofrimento mental, como depressão e ansiedade, além de que os algoritmos podem monitorar a atividade cerebral e ajudar no diagnóstico de transtornos.

Além disso, a ferramenta tem demonstrado contribuição significativa para o acesso e maior aderência aos cuidados de saúde mental, sobretudo em áreas onde a assistência é escassa. Por meio de chatbots e outras tecnologias de telemedicina, os pacientes podem se conectar com profissionais de saúde mental em qualquer lugar do mundo e receber atendimento imediato.

Acredito que, sem dúvidas, com essas descobertas, a entrada da inteligência artificial na área psiquiátrica, pode ser um tijolo para a construção da medicina 5G. Na minha opinião, a IA tem o potencial de ajudar nos cuidados com a saúde mental de diversas maneiras, sobretudo na coleta, análise e interpretação de grandes quantidades de dados relacionados ao tema, o que, sem dúvida, pode ajudar os profissionais, mas é necessário um aperfeiçoamento, pois qualquer que seja a informação fornecida pelo aplicativo, ela não é capaz de substituir a relação sagrada entre médico e paciente.

Embora as ferramentas possam ser utilizadas para programas de promoção e prevenção de saúde mental personalizados que levam em consideração os sintomas, histórico médico e outras informações relevantes do paciente, o atendimento “olho no olho” é essencial. Não podemos deixar de lado o diálogo e o relacionamento, já que muitos pacientes tornam explícito o diagnóstico nas entrelinhas de uma conversa.

Outro ponto importante é que o atendimento humanizado tem sido mais valorizado, o que tem se somado a um aumento no número de empresas que adotam iniciativas para tornar o ambiente de trabalho emocionalmente mais saudável para os colaboradores. Neste cenário, nós registramos um aumento de 40% no número de atendimentos psiquiátricos emergenciais dentro das empresas no último ano.

Esse crescimento é um indicativo de que as instituições estão abraçando a causa de proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável para as equipes. Acho que o momento de cuidar mais da saúde mental é esse. O que pode acontecer no futuro e ser algo positivo seria um modelo híbrido do atendimento psiquiátrico. A inteligência artificial pode aprender a responder ao sofrimento emocional de alguém, mas essa devolutiva pode ser editada e melhorada por um humano que supervisiona o que é gerado pela máquina, além de fazer a sua própria contribuição – muitas vezes, usando a empatia e acolhimento.