O argentino Gabriel Milito assumiu o comando do Atlético em 25 de março -  (crédito: Foto: Pedro Souza / Atlético)

O argentino Gabriel Milito assumiu o comando do Atlético em 25 de março

crédito: Foto: Pedro Souza / Atlético

Diz o outro não haver mais bobo no futebol, mas as muitas e variadas exceções estão aí para comprovar o equívoco de tal regra. Na verdade há bobo a dar com pau, e a prova disso é que o Felipão tinha emprego até outro dia.

 

No mundo do futebol, a Venezuela sempre foi um bobo corriqueiro, e para isso "los hermanos" obravam e andavam, visto que o lance deles é mesmo o beisebol. Fora o fato de haver entre seus escretes peladeiros um Carabobo, eliminado por nosotros na Copa Libertadores do ano passado.

 

Historicamente, venezuelanos estão para o Galo como o saco de pancadas para o boxer. O site No Ataque informa: “Ao todo, o Atlético tem oito vitórias e dois empates contra venezuelanos. Na somatória dessas partidas, foram 25 gols marcados pelo Galo e apenas cinco pelos adversários”.

 

Porém, contudo, no entanto, é prudente colocar as barbas de molho antes da estreia desta quinta-feira contra o Caracas. O motivo é simples: Milito vai precisar de algum tempo até reverter o estranho modus operandi do time que só joga contra os grandes (ou pelo menos jogava) e entrega sempre a rapadura a equipes de nível técnico inferior.

 

Vide o primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro e a incapacidade já crônica de derrotar o único Cruzeiro da história cujo torcedor mais fanático é incapaz de dizer o nome de um único jogador. Talvez Rafael Cabral, por motivo de ruindade.

 

Este colunista, embora cético de (quase) tudo, tem cá suas superstições. Além dos três sinais da cruz no início de cada tempo do jogo, o que recomendo vivamente, tem os outros jogos da tabela: nossas atuações são sempre inversamente proporcionais às dos nossos maiores rivais, pode crer.

 

Assim sendo, o empate do Flamengo (com cheirinho de derrota) e o revés do Grêmio em suas estreias na Libertadores, além da atuação tenebrosa do Corinthians no primeiro jogo na Sul-Americana, apontam claramente para a vitória do Galão nesta quinta.

 

Se o Atlético jogar como no primeiro tempo da decisão do Mineiro, e se alguém mostrar direitinho para o Jemerson o lado para o qual estaremos atacando, temos grande chance de vencer. E, se vencermos, o jogo vira e podemos ganhar no domingo, tudo uma questão de psicologia. Nesse caso, a única mudança tática necessária seria a marcação “homem-a-homem” do grande artilheiro do clássico.

 

No papel, o Galo tem time para disputar o título da Libertadores. Na vida real, Milito precisa refundar o sistema tático em tempo recorde e suprir as deficiências com o que tem à mão. Vai precisar de competência e sorte, e da boa atuação de preparadores físicos e psicólogos.

 

Ao que tudo indica, não deve contar com aquele apoio que fez da Massa a torcida mais doida do Brasil. Não há massa num lugar em que apenas o estacionamento do carro custa R$ 120.

 

De qualquer forma, tem bobo que paga. E tem bobo que, não podendo pagar, ainda defende. Com os venezuelanos, são os últimos bobos do futebol.