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Estado de Minas VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA

'Voto na estabilidade do país', diz deputado Fábio Ramalho sobre denúncia contra Temer

Para o parlamentar, é preciso votar rápido e promover as reformas


postado em 30/07/2017 06:00 / atualizado em 30/07/2017 08:26

(foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados)
(foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados)

A três dias da votação sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), afirma que a maioria dos parlamentares deve ignorar a rejeição popular e pensar apenas na estabilidade do país. Como um dos principais articuladores do Palácio do Planalto nas últimas semanas, o político mineiro admite que as denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) são graves, mas que um novo impeachment pode conturbar ainda mais o país.


Segundo Ramalho, apesar da imprevisibilidade do cenário político nacional e de o próprio Planalto avaliar que é possível que a votação seja adiada por falta do número mínimo dos deputados, a tendência é que o quórum seja grande no dia da votação. “São muitas conversas nesses últimos dias, e na política tudo pode mudar de uma hora para outra, mas a maioria da Câmara sabe da importância de resolver esse tema. Vamos ter quórum suficiente na quarta-feira”, aposta o deputado.

Depois de um início de ano de duros embates com o governo federal – Fábio Ramalho anunciou em fevereiro o rompimento com Temer após o governo ter recusado a indicação de Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) pela bancada mineira para ministro da Justiça –, o deputado já fez as pazes com o presidente e defende que a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seja recusada pelo Congresso. O motivo de sua posição, no entanto, não tem ligação com relações pessoais com Temer ou dúvidas sobre a gravidade das denúncias, segundo ele, mas com a “necessidade de se estabilizar o país”. “Ninguém está votando no Michel, mas na estabilidade do país”, diz Ramalho.

A Câmara terá quórum para a votação no dia 2 sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer?
Vai ter quórum, sim. Pelas movimentações e pelas conversas das últimas semanas teremos uma presença grande de deputados. Claro que dependerá dos dois lados da disputa, tanto a base aliada quanto a oposição têm se articulado nos últimos dias. Mas a maioria tem consciência de que essa situação do governo federal não pode continuar indefinida. Isso é ruim para o país, para o Parlamento e para a população.

O governo anunciou que tem número suficiente para não aceitar a denúncia da PGR e barrar a investigação. O governo está com essa força mesmo?
Na pior das hipóteses, o governo deve ter cerca de 240 votos. E são necessários 172 para derrubar a denúncia. No Parlamento, as coisas podem mudar muito rapidamente, mas, por enquanto, a base está sólida.

Nesta semana, a reprovação ao presidente Temer bateu recorde histórico de acordo com pesquisa do Ibope. A insatisfação da população às vésperas da votação pode influenciar os deputados?
Ninguém está votando no Michel, mas na estabilidade do país. Os deputados que são contra a denúncia da PGR estão votando em um projeto de governo. Não podemos ver o país ficar parado. Sei que as reformas causam impopularidade, mas elas são necessárias para o Brasil. O primeiro passo é recuperar a credibilidade do país. Já fizemos a reforma trabalhista e ainda faltam as da Previdência, a tributária e a política. São mudanças que geram muita reação negativa da população em relação ao governo federal, mas os deputados não devem levar em conta essa impopularidade, porque são mudanças que precisam ser feitas.

Como a base aliada espera que a oposição vai se comportar durante a votação?
A oposição tem o direito de fazer o que quiser. Cada deputado tem um pensamento e tem o direito de expressar tudo que pensa no Parlamento. Mas é preciso entender que esse é um momento crucial para o país e que não é possível protelar essa votação. Esperamos que seja aberta a discussão de forma respeitosa e que todos possam falar o que pensam, em defesa ou contra o governo. O mais importante é garantir o espaço para que a defesa do Michel apresente seus argumentos da mesma forma que a acusação terá seu tempo para apresentar seus argumentos. Será uma oportunidade para o Parlamento demonstrar maturidade para o país.

Como está a bancada mineira para essa votação?
Tem uma divisão grande. E muitos indecisos. Mas acho que a maioria vai apoiar o governo.

O PMDB se preocupa com a posição de vários deputados do PSDB que já declararam que vão votar contra o governo? Existe uma cobrança por retaliação aos tucanos?
Meu conselho para o presidente foi de que ele não retaliasse ninguém. Não é o momento de retaliar ou arrumar briga com partido nenhum. Ele montou um ministério para priorizar o plano de governo e contou com grande apoio do PSDB. Então, o foco é priorizar as reformas que precisam ser feitas com urgência e garantir o apoio dos tucanos. Meu cálculo é que entre 20 e 25 deputados do PSDB podem votar com o governo. E mesmo os que votarem contra serão importantes para a aprovação das reformas no futuro. Por isso, não é momento de tirar nenhum ministro ou fazer qualquer tipo de retaliação. Política se faz com muito diálogo e negociação, e precisamos respeitar as diversas posições.

Na semana passada, o senhor fez uma declaração em que defendeu um prazo para o fim da Operação Lava-Jato. Imediatamente, os procuradores do MPF fizeram duras críticas nas redes sociais. Como o senhor vê essas críticas?
Não quero hostilidades com os procuradores. E não quero o fim das investigações. Sou favorável à Lava-Jato, mas defendo que todas as apurações têm que ter prazo para terminar. Além da Lava-Jato, o país tem questões que precisam ser resolvidas, como o tráfico de drogas, o tráfico de armas e outros crimes que precisam de investigações profundas.

 


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