Brasília – A menos de um mês do final do prazo para o registro de seu partido, - Rede Sustentabilidade -, e com o número mínimo de diretórios já garantido, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva começa a focar em viabilizar politicamente sua candidatura à Presidência da República. Envolvida desde o início do ano com a criação da Rede, ela deixou para depois dessa etapa condicionante a costura de acordos, que já estão sendo estudados pelos seus prováveis adversários desde as eleições municipais do ano passado. Quem será o vice que comporá sua chapa, arregimentar filiados e as alianças locais com seus respectivos palanques são as principais preocupações. Apesar da correria para conseguir viabilizar a Rede, interlocutores próximos têm repetido, desde o começo, que em nenhum momento Marina pensou em plano B ou considerou a hipótese de a legenda não dar certo. Ainda assim, os esforços nesse primeiro momento foram todos concentrados na coleta e validação de assinaturas em cartórios eleitorais.
Interlocutores afirmam que Marina espera que, depois de criada, a própria Rede vá dando os caminhos de como devem se desenhar essas coligações. “Não tenho ideia de como vai ser o partido, ela tem deixado isso muito solto, esperando que a Rede vá se montando. Para quem não tem mandato, pode não ter nenhum problema”, analisa o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP). Um outro “marineiro” que não quis se identificar, no entanto, avalia que essa indecisão pode comprometer a eleição. “Como sustentar uma candidatura à Presidência sem um candidato ao governo de São Paulo, por exemplo?”, questiona.
Para ele, a opção de lançar o partido depois das eleições municipais e evitar estar amarrada com coligações estaduais pode ter feito com que a Rede perdesse um tempo precioso tanto para a estruturação do partido quanto para costurar apoios. Na sua avaliação, Marina terá de apostar em apoios individuais de políticos simpáticos a ela, e tentar uma coligação “pró-Brasil” com pessoas de vários partidos.