Investigada pelo Ministério Público de Minas (MPMG) e pela Polícia Federal na Operação Laranja com Pequi, deflagrada no dia 26de junho, a Stilllus Alimentação começou a fornecer merenda ao município em 2009. A empresa firmou em Montes Claros o seu segundo maior contrato em todo país, movimentando R$ 19 milhões em três anos. Em nota, a prefeitura alega ter sido “obrigada a antecipar” o término das aulas “em face da impossibilidade de prorrogar contrato com a empresa terceirizada que fornece a alimentação escolar às unidades de ensino do município, dado ao fato às investigações que envolvem aquela empresa”. O Executivo garante que “não haverá nenhum prejuizo à educaçao, já que serão respeitados os 200 dias letivos” e que está buscando solução até o retorno das aulas em 30 de julho.
Superfaturamento
Com a terceirização, os custos da merenda escolar em Montes Claros subiram de R$ 2 milhões em 2008 para R$ 12 milhões em 2009. De acordo com as investigações do MPMG e da PF, teria havido combinação de preços na licitação para favorecer a Stillus, com a colaboração de servidores municipais, detidos na Operação Laranja com Pequi. Apesar disso, em entrevista ao Estado de Minas, o prefeito Luiz Tadeu Leite negou a participação da prefeitura nas irregularidades. “Publicamos o edital de licitação da merenda normalmente. Não tínhamos como saber que existia conluio por parte das empresas, pois não tínhamos escutas telefônicas, como a Policia Federal”, alegou ele, que também será investigado em inquérito a ser instaurado pela Procuradoria de Crimes de Agentes Públicos.
Prisão revogada
Foi revogada nessa segunda-feira a prisão do ex-jogador de vôlei e empresário Vítor Oliveira, o Vitão do Vôlei, um dos detidos na Operação Laranja com Pequi da Polícia Federal, por suspeita de envolvimento no esquema de fraude para fornecimento de merenda escolar. O habeas corpus foi concedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Vitor é diretor da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Educacional de Montes Claros (Funadem), mantenedora do time de vôlei da cidade, que, segundo as investigações, recebeu repasses e doações da empresa Stillus Alimentação.