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Estado de Minas

Campanhas de adversários focam Lacerda

Candidatos do PV, PMDB e PTB avisam que estarão juntos na campanha contra Marcio Lacerda, para tentar levar a disputa para o segundo turno, e rebatem versões de que poderiam desistir


postado em 30/06/2012 06:00 / atualizado em 30/06/2012 08:28

A uma semana do início oficial da campanha em Belo Horizonte, já começou a guerra entre os candidatos a prefeito. Uma amostra de como deve ser o tom dos ataques foi dado no penúltimo dia de convenções partidárias que irão definir as chapas, com os candidatos Délio Malheiros (PV), Eros Biondini (PTB) e Leonardo Quintão (PMDB) mandando um recado ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), considerado por eles seu maior adversário. Os três vão evitar confrontos entre si, concentrando suas críticas na administração do socialista, que disputa a reeleição. O objetivo deles é levar a disputa para o segundo turno, quando planejam estar juntos em um blocão de oposição a Lacerda.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Quintão e Malheiros acusaram o prefeito de tentar cooptar partidos com os quais negociam alianças, em troca de promessas de cargos, para enfraquecer suas candidaturas. As legendas em questão são o PDT – que ainda não decidiu se vai se aliar ao PV ou PMDB –, o DEM, que provavelmente indicará o vice de Malheiros, e o PR, mais próximo dos peemedebistas. Biondini não compareceu, mas segundo os outros dois candidatos deu aval às declarações.


“O prefeito está tentando abafar as candidaturas independentes. São atitudes anti-democráticas que não contribuem em nada com o processo eleitoral”, reclamou o candidato do PV. Um dos motivos de irritação dos candidatos são os boatos de que o PSB poderia romper com o PT, se aliando ao PSDB que indicaria o vice, apesar de os petistas já terem escolhido o deputado federal Miguel Corrêa Jr. (PT) para compor a chapa de Lacerda. Nessa hipótese, os três adversários do prefeito desistiram das candidaturas atendendo a pedidos do senador Aécio Neves (PSDB).


Sobraram críticas também às nomeações recentes feitas pelo prefeito, acusado por eles de tentar cooptar os partidos em troca de cargos. Malheiros citou como exemplo a posse de Elson Alípio Júnior (PR) na Regional Noroeste. “Por que nomear um filiado do PR há 20 dias?”, provocou. Para os candidatos, a estratégia é uma forma de minimizar um possível recuo do PT, na aliança com o PSB caso não seja acertada a coligação para a disputa na Câmara. No meio desse imbróglio, o PSDB também ensaia um rompimento, se o PSB atender ao pedido do PT.


Invenção


O presidente do PSB de Belo Horizonte, João Marcos Lobo, nega qualquer atitude para desestabilizar os concorrentes e alega que a intenção do prefeito e de toda legenda é fazer uma campanha propositiva, “com respeito a todos os candidatos”. Ele disse que as buscas por aliança fazem parte do jogo e estão sendo feitas dentro da tradição da política mineira. “Como eles não têm críticas consistentes contra o prefeito, avaliado como um dos melhores do Brasil, ficam inventando coisas”, rebateu.


Em discurso de oposição, Leonardo Quintão argumentou que a cidade “piorou” desde o início da administração de Lacerda, especialmente nos setores de saúde e mobilidade urbana, e criticou o que chamou de aparelhamento da máquina pública. Deputado federal, ele queixou ainda da falta de sintonia de Lacerda com a bancada mineira no Congresso. “Ele se reuniu com a bancada federal uma vez. Se for eleito, pretendo encontrar (com os deputados e senadores) pelo menos três vezes por semestre. É importante essa integração com os parlamentares”, ponderou.


Enquanto Malheiros deixou claro que vai buscar a boa relação com todos que estiverem contra Lacerda, Quintão ressaltou que acredita em uma campanha de baixo nível por parte do prefeito. Mas avisou que estará pronto para rebater o que classificou de “mentiras”. Na campanha de 2008, Quintão disputou o segundo turno contra Lacerda e o acusou de ter divulgado informações falsas com o intuito de prejudicá-lo e vencer as eleições. Ele justificou que na ocasião evitou responder às acusações porque “não entendia o poder de capacidade de informação da imprensa e da internet”.


Em relação ao principal cabo eleitoral do prefeito – o senador Aécio –, os candidatos não só pouparam críticas como reafirmaram a admiração e o desejo de vê-lo eleito presidente da República nas eleições de 2014. “Voto no Aécio Neves”, disse o peemedebista. “Ele é meu candidato”, completou Malheiros.

Um dia inteiro de boatos
 

O dia dessa sexta-feira foi marcado por boatos e especulações a respeito do quadro eleitoral em Belo Horizonte que permanece indefinido. A situação só deve dar uma clareada hoje, data final para as convenções partidárias que vão definir as chapas para concorrer as vagas de prefeito e vereador. As mais aguardadas são a do PSB, que terá de decidir hoje se sai sozinho ou aliado ao PT na disputa na Câmara Municipal, do PT e do PSDB que ameaçam romper com Marcio Lacerda (PSB) dependendo da decisão sobre coligação proporcional. Para esticar a corda, petistas e tucanos marcaram suas convenções para o final da tarde e prometem estender noite adentro em busca de um acordo.

 Apesar das ameaças e pressões, a tendência é de que o PSB saia mesmo sozinho na disputa pela Câmara. Essa é uma exigência feita pelos candidatos a vereador pelo partido, que chegaram a ameaçar abandonar a disputa caso fosse fechada uma coligação com tucanos ou petistas. Já conformado com essa decisão, o PSDB fechou ontem aliança com o PHS, o que pode ajudar a legenda a eleger uma bancada maior de vereadores.


O PT ainda aguarda a decisão do PSB sobre a proporcional, enquanto o presidente da legenda na capital, o vice-prefeito Roberto Carvalho – rival de Lacerda e defensor do lançamento de candidatura própria –, ameaçava ontem romper com os socialistas caso não fosse selada a aliança também para a chapa de vereadores. Carvalho garante que o PT vai lançar candidatura própria a prefeito caso isso aconteça. No entanto, até mesmo militantes que juntos a defender essa tese no encontro municipal do partido não acreditam nessa possibilidade. Para compensar os petistas pelo não fechamento da coligação proporcional, o PSB anunciou oficialmente o apoio ao candidato do PT em Contagem, terceiro maior colégio eleitoral do estado, deputado estadual Durval Ângelo, indicando Leonardo Antunes (PT) como candidato a vice-prefeito.


Pequenos


A maioria dos partidos menores que já realizaram suas convenções também vão ficar de prontidão para o caso de um reviravolta. Mesmo tendo já realizado seus encontros, muitos ainda não registraram a ata no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), o que pode ser feito até o dia 5.


Também há uma expectativa sobre a presença ou não de Lacerda na convenção do PT. O prefeito foi convidado, mas teme o clima de animosidade dos petistas contrários à reedição da dobradinha com o PSB e críticos de sua gestão. Por outro lado, o PSB promete encher a convenção para fazer contraponto ao PT e mostrar lealdade a Lacerda. Não há confirmação das presenças do governador Antonio Anastasia (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB) no encontro dos socialistas, apesar de uma liderança do partido garantir que eles vão comparecer. Na agenda do governador, consta a inauguração de uma escola municipal em São João del-Rei.

 


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