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Estado de Minas

Deputado brasileiro é o que ganha mais

Com o 14º e 15º vencimentos, os parlamentares lideram o ranking salarial dos países com maiores PIBs das Américas


postado em 10/06/2012 07:50 / atualizado em 10/06/2012 09:54

Não há data para plenário da Câmara votar a extinção do privilégio (foto: Carlos Moura/CB/DA Press)
Não há data para plenário da Câmara votar a extinção do privilégio (foto: Carlos Moura/CB/DA Press)
Brasília – A lentidão da Câmara dos Deputados para votar o projeto de decreto legislativo que poderá acabar com a regalia paga a parlamentares brasileiros desde 1946, o 14º e 15º salários, reflete o apego dos congressistas aos elevados valores que lhes chegam aos bolsos todos os anos. Os salários extras unem-se a verbas indenizatórias e outros benefícios que, juntos, resultam em gasto de R$ 1.582.883,43 por ano por deputado do Brasil. Levantamento realizado pelo Estado de Minas aponta que eles são os que mais pesam aos contribuintes dentre os principais países das Américas.

Foi considerada a remuneração anual dos parlamentares das oito nações com maior Produto Interno Bruto (PIB) das Américas: Estados Unidos, Brasil, Canadá, México, Argentina, Venezuela, Colômbia e Chile. Em nenhum desses países, além do Brasil, os parlamentares recebem 15 salários por ano.

A remuneração total paga aos integrantes da Câmara dos Deputados brasileira é 38% maior que a concedida no país em segundo lugar, a Colômbia. Os deputados colombianos recebem 14 salários correspondentes a R$ 5,8 mil por mês mais diversos benefícios que totalizam R$ 1.147.000 anuais a cada parlamentar. O terceiro parlamentar americano mais bem pago é o chileno. Ele recebe verba indenizatória, ajuda de custo e um 13º salário equivalente a 40 dias de trabalho. Até o fim do ano, embolsa R$ 894.342. Em seguida, vêm o México, com custo total de R$ 515.213, o Canadá, com R$ 310.714, e os Estados Unidos, com R$ 310 mil.

Os países que pagam os menores salários combinados com benefícios são a Argentina e a Venezuela. Por ano, cada gabinete venezuelano gera um custo de R$ 65,7 mil, incluindo privilégios e o 13º salário. Um deputado argentino, que recebe apenas 12 salários por ano, fica com R$ 190.800.

Ameaça O diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, afirma que os gastos com os deputados brasileiros não se justificam. Ele afirma que os gastos elevados são consequência de interesses políticos que não correspondem à vontade dos eleitores. "Políticos precisam ter a perspectiva factível de ter a reeleição muito ameaçada para aprovarem algo que mexa em seus benefícios", avalia.

Em maio, quando o Estado de Minas perguntou aos 513 deputados federais se eram contra ou a favor do fim das remunerações extras que recebem, 260 defenderam acabar com a regalia. Seis afirmaram abertamente querer manter o privilégio. "Venho do sindicalismo, sempre defendi a elevação dos salários. Não vou atuar agora para reduzir o meu", argumentou Devanir Ribeiro (PT-SP). O projeto de decreto legislativo foi aprovado pelo Senado no mês passado. Na Câmara, seguiu para a Comissão de Finanças e Tributação.

Colaboraram Karla Correia e Guilherme Amado


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