Os tucanos começaram a colocar as cartas na mesa e entraram com tudo para ter mais espaço na campanha do prefeito Marcio Lacerda (PSB), pré-candidato à reeleição no Executivo de Belo Horizonte, e no próximo governo municipal. Entre as reivindicações dos tucanos apresentadas ao PSB, durante uma reunião nessa sexta-feira na casa do prefeito da capital mineira, está a vice-prefeitura, antes desdenhada pelo presidente estadual do partido, Marcus Pestana. Durante coletiva de imprensa nessa sexta-feira , na sede do PSDB, o político deixou transparecer que a indicação do candidato à vice-prefeitura será um ponto crucial na aliança com os socialistas. Ele ressaltou que “o vice-prefeito deverá encarnar o espírito da aliança”.
Além da indicação do vice na chapa majoritária, o PSDB quer maior participação nos eventos de campanha e em um eventual futuro governo. Segundo Pestana, esses itens já estão acertados com o PSB. “O PSDB tem hoje uma participação na prefeitura desproporcional ao seu tamanho. O partido é o maior de Minas. Nós queremos que, no segundo mandato de Lacerda, tenhamos participação proporcional ao peso político”, ressaltou.
A valorização da chapa de vereadores do PSB, em caso de coligação proporcional, e a aliança formal também já são assuntos Sque estão fechados com o partido de Lacerda, segundo o presidente estadual do PSDB. Os tucanos querem uma coligação transparente e que o senador Aécio Neves (PSDB), o governador Antonio Anastasia (PSDB) e as lideranças petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias subam juntos no palanque. “Temos que dizer qual é o sentido da aliança, quem a compõe, quem são os líderes, qual é o programa”, ressaltou Pestana.
Apesar de defender a união, o presidente do PSDB cutucou os petistas em vários momentos. Segundo ele, o PSDB não vê nenhum empecilho em sentar com o PT, e o problema dos petistas é psicológico. Até o ex-presidente Lula levou uma cutucada: “Eu creio que a questão no PT (em relação à aliança) já está resolvida, porque não há mais democracia interna no partido. Na verdade, há um comando sólido e firme do Lula”.
As duas últimas demandas dos tucanos apresentados nessa sexta-feira foram o foco nas eleições de 2012, sem que sejam colocados em jogo 2014 e 2016, e a intensa participação de Aécio e Anastasia nos programas de rádio e televisão e nas demais peças de campanha, “para tornar claro o conteúdo da aliança”. Para isso, a aliança formal é essencial, já que a legislação eleitoral não permite que lideranças de partidos participem da campanha apenas com apoio informal.