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Estado de Minas

Dívida de Minas poderá ser contada dia a dia

Proposta é criar o "dividômetro"


postado em 18/11/2011 06:00 / atualizado em 18/11/2011 06:16

Impostômetro em São Paulo foi o modelo usado por Bonifácio Mourão(foto: Luís Cleber/AE )
Impostômetro em São Paulo foi o modelo usado por Bonifácio Mourão (foto: Luís Cleber/AE )

 

Minas Gerais pode ganhar um “dividômetro” nos moldes do famoso impostômetro de São Paulo – que mede a arrecadação tributária nacional. Se depender do relator da Comissão Especial da Dívida Pública na Assembleia Legislativa, deputado Bonifácio Mourão (PSDB), a ferramenta para registrar diariamente o crescimento do passivo do estado será instalada nas praças Sete e da Assembleia, em Belo Horizonte. Ontem, o parlamentar apresentou requerimento para a implantação do instrumento em reunião do grupo do Legislativo. A dívida do governo de Minas hoje é avaliada em R$ 64 bilhões.

Depois de escolher presidente, vice e relator – Adelmo Carneiro Leão (PT), Antônio Júlio (PMDB) e Mourão, respectivamente –, a comissão se reuniu ontem pela segunda vez. Além de pedir a instalação do dividômetro para que “a população se mobilize na luta para pagar a dívida a dívida com a União”, o tucano pediu o depoimento do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), governador na época da renegociação do passivo com o governo federal, à comissão. “Outra proposição é de que se inclua a dívida com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) nos trabalhos do grupo”, comenta Mourão. Os requerimentos do deputado foram aprovados ontem e serão encaminhados à Mesa da Assembleia.

A dívida do governo com a estatal foi destacada por outros parlamentares. “Por que o governo de Minas, que é sócio majoritário, deve mais de R$ 5 bilhões à Cemig? O estado não pode amortizar esse passivo com os dividendos da Cemig”, questiona Antônio Júlio. O passivo do governo de Minas com a empresa teve início em 1995, quando o estado usou créditos que a companhia possuía com a União para pagar parte de uma dívida com o Tesouro Nacional. Na transação, o estado passou a dever à Cemig R$ 602.198.290,88.

Impagável Os deputados terão 60 dias para estudar o processo de endividamento do estado e analisar as possibilidades de renegociação dos contratos de refinanciamento em vigor. Minas deve R$ 55,7 bilhões à União, valor que já foi declarado como “impagável” pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e pela secretária de Estado de Planejamento, Renata Vilhena. Para socorrer os estados, que não tinham limite de endividamento antes da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), criada em 2000, a União renegociou a dívida deles em 1998.

A reclamação é sobre o indexador da dívida. Os contratos de empréstimos com o governo federal preveem o reajuste das parcelas pelo IGP-DI, índice de inflação da Fundação Getulio Vargas, mais juros fixos de 7,5%. No ano passado a taxa final foi de 19%, enquanto a variação da Selic, que incide sobre a maior parte dos títulos da dívida federal, ficou em 9%. A dificuldade de quitar o passivo não é apenas de Minas.

Além do governador Antonio Anastasia (PSDB), outros governadores se mobilizaram, pedindo à presidente Dilma Rousseff (PT) a revisão da dívida. Em reunião com a petista na semana passada, Anastasia e outros cinco governadores (AL, MA, PR, RS e SP) conseguiram a ampliação do limite de endividamento do estado em R$ 3 bilhões. Com isso, Minas tem margem para negociar novos empréstimos com instituições internacionais. Em outros encontros, Dilma já chegou a admitir a renegociação do indexador da dívida.

Sem voto Enquanto a base aliada de Anastasia e a oposição trabalham “amistosamente” na comissão por considerarem que o assunto se tornou “questão de estado”, e não de “governo”, a atividade em plenário está parada na Casa. Ontem, a falta de acordo sobre reajuste dos salários dos servidores da educação travou as votações pela quinta vez. Deputados da oposição acusam o Executivo de não cumprir o acordo fechado no fim de setembro, quando os professores voltaram às salas depois de mais de 100 dias de greve. Como o projeto de política remuneratória por subsídio da educação tramita em regime de urgência, nenhuma outra matéria pode ser votada até que a proposta seja aprovada.


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