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Estado de Minas

Um novo olhar sobre os bairros de São Paulo


postado em 19/08/2017 08:37

São Paulo, 19 - Das obras de Lina Bo Bardi aos antigos casarões dos Campos Elísios, falar sobre patrimônio de São Paulo, em geral, é levantar referências concentradas em regiões abastadas e centrais. Dentro da Jornada do Patrimônio, que ocorre neste fim de semana, três projetos de iniciativa popular propõem o oposto - atrair atenções para outros eixos. São eles: Além da Capela, Patrimônio e Memória em São Miguel Paulista, na zona leste; Jaçanã, Novos Olhares; e Descobrindo Santana, ambos na norte.

"Por que não Santana? Ou por que não Itaquera, Guaianases, Tremembé? Cada rua, cada bairro tem história, marcos, memória afetiva", defende o presidente da PreservaSP, Jorge Eduardo Rubies, de 46 anos.

"Santana tem muita coisa interessante, muitos prédios antigos, casarões de boa arquitetura", afirma Rubies. Para o passeio, ele ajudou a selecionar quatro "marcos": a sede do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo (CPOR), datada de 1917 e localizada no terreno em que havia o Solar dos Andradas (antiga residência de José Bonifácio); a centenária Igreja de Sant'Ana; a Escola Estadual Padre Antonio Vieira (tombada pelo Estado); e a Biblioteca Narbal Fontes, localizada na antiga Chácara Baruel.

Também na zona norte, o Jaçanã, Outros Olhares é focado principalmente em valorizar o bairro diante da própria população. O passeio sai do Museu do Jaçanã e vai por duas praças do bairro, além de passar pelos Hospitais São Luiz Gonzaga (ex-leprosário) e D. Pedro II, de 1885, de autoria do escritório de Ramos de Azevedo.

Historiador nascido e crescido no Jaçanã, Gustavo Ferreira, de 41 anos, explica que o passeio vai levar "outros olhares" para a região "além da música e do trem", referindo-se à Trem das Onze, de Adoniran Barbosa. A ideia é expandir o que o próprio Museu do Jaçanã, fundado por moradores em 1983, se dispõe: "preservar a memória, as tradições e as vivências do bairro".

Além da capela

Yasmin Darviche viveu 24 dos 25 anos na zona leste de São Paulo. Durante os cinco anos em que cursou Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (FAU-USP), deparou com o estranhamento de colegas quando falava de São Miguel Paulista, bairro em que nasceu e pesquisou em seu trabalho de conclusão de curso.

"No começo da FAU, absorvi um pouco desse discurso, desse preconceito com a periferia como um lugar diferente", conta ela.

Para Yasmin, o verdadeiro patrimônio do bairro, além da capela, que tem sua importância, está também nos costumes e nas memórias dos moradores. "A periferia tem outros tipos de patrimônios, os patrimônios sociais, um modo de vida diferente: as pessoas se relacionam de outras formas com o espaço." As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Priscila Mengue)


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