(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Homem aprisiona irmã em quarto escuro por 16 anos e polícia descobre cativeiro

João, de 48 anos, prendeu Maria Lúcia em um quarto escuro quando descobriu que a irmã, ainda solteira, havia engravidado. O bebê foi doado a outra família


postado em 30/03/2017 08:31 / atualizado em 30/03/2017 09:20

O imóvel do cárcere privado fica na cidade de Uruburetama, a 120 quilômetros de Fortaleza(foto: Divulgação/ Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará )
O imóvel do cárcere privado fica na cidade de Uruburetama, a 120 quilômetros de Fortaleza (foto: Divulgação/ Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará )

A agricultora Maria Lúcia Braga tem 36 anos e viveu 16 deles em cárcere privado na cidade de Uruburetama, a 120 quilômetros de Fortaleza. O acusado pelo crime é João Almeida Braga, irmão de Maria Lúcia. O isolamento forçado terminou há 20 dias e foi divulgado ontem pela polícia.

João, de 48 anos, prendeu Maria Lúcia em um quarto escuro quando descobriu que a irmã, ainda solteira, havia engravidado. No dia 9, policiais a resgataram e ontem o acusado foi preso, por cárcere privado e maus tratos. O bebê de Maria Lúcia, nascido em 2001, foi doado na época a outra família.

Segundo Harley Filho, delegado responsável pelo caso, o cárcere foi descoberto após uma denúncia. "Tivemos de romper dois cadeados e arames para tirá-la do cativeiro. Deu trabalho, pois, para ter acesso ao quarto, tivemos de passar por um terreno que tem três casas."

No escuro


A única janela do cativeiro ficava sempre fechada (foto: Divulgação/ SSPDS do Ceará )
A única janela do cativeiro ficava sempre fechada (foto: Divulgação/ SSPDS do Ceará )
O quarto de Maria Lúcia, contou o delegado, tinha apenas uma rede e um pano usado como lençol. Não havia banheiro. "O odor de fezes e urina tomava conta do local", descreveu Harley Filho. Ela era mantida nua no quarto.

Segundo depoimentos de parentes de Maria Lúcia, ela tinha duas refeições diárias - uma às 10 horas e outra entre 15 e 16 horas. Nas poucas vezes em que alguém abria o quarto, ela tentava escapar.

O cativeiro não tinha eletricidade e a janela sempre ficava fechada. Maria Lúcia foi levada ao hospital da cidade e agora está na casa de uma família, onde, segundo a polícia, passa bem.

Como perdeu a capacidade de falar, ela se comunica pela escrita. "Aos poucos ela está recuperando a fala", afirma Harley Filho.

O filho entregue a doação, hoje com 16 anos, foi localizado pelos policiais. "Vamos com calma para não gerar mais traumas", diz o delegado.

Os pais da vítima são idosos e debilitados, de acordo com a Polícia Civil, e João cuidava das finanças da casa. Ele argumentou que o encarceramento era necessário para que a irmã não engravidasse novamente. Maria Lúcia teria ficado grávida após o fim de um relacionamento. O término também teria causado problemas psicológicos à jovem, que tinha uma vida normal antes de ser aprisionada.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)