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Estado de Minas

'Nossa voz ecoa', diz criadora de página 'Eu, empregada doméstica'

Criada para denunciar abusos, página no Facebook alcançou 40 mil curtidas em 24 horas e gerou barulho na rede


postado em 22/07/2016 15:21 / atualizado em 22/07/2016 17:56

(foto: Fernanda Luz/Divulgação)
(foto: Fernanda Luz/Divulgação)
A falta de oportunidade para a população negra, herança da nossa sociedade escravocrata, atravessou a história brasileira. Foi a partir dessa lacuna de espaço para empregadas domésticas denunciarem as opressões de que são vítimas que Joyce Fernandes, rapper conhecida como Preta-Rara, decidiu colocar no ar a página 'Eu Empregada Doméstica'. Criada na última quinta-feira, a página alcançou 40 mil curtidas em 24 horas.

 

''Isso é importante para dar visibilidade para as mulheres empregadas domésticas. E quero dizer que nossa voz ecoa. Isso é só o começo'', disse a criadora da página, em mensagem de vídeo publicada nesta sexta-feira. A partir dos relatos, impera a percepção de que para mulheres periféricas e negras o trabalho ainda é passado quase que por gerações (de cuidar da casa e filhos da "sinhá" até ser empregada doméstica e/ou babá). O embate prossegue, de maneira antropológica, nas reações dos empregadores, que usam o espaço dos comentários.


A professora de História teve a ideia de criar a página depois que compartilhou um desabafo em seu perfil pessoal sobre uma das situações que viveu enquanto trabalhou como empregada. O post, que logo atingiu milhares de compartilhamentos, fez com que outras mulheres entrassem em contato com Joyce para contarem suas vivências.


Regina Casé
Ano passado teve muita gente saindo das salas de cinema incomodada. ''Que horas ela volta'', de Anna Muylaert, causou impacto ao mostrar a relação submissa em que empregadas domésticas, mesmo consideradas ''de casa'', sofrem diariamente em seus trabalhos. A atuação de Regina Casé foi reconhecida internacionalmente.
 
À época, ''Que horas ela volta'' foi indicado a alguns prêmios internacionais e a história fez com que vários gringos ficassem de boca aberta. Isso porque lá fora não é comum que as casas tenham empregadas, enquanto no Brasil, o que é incomum é achar uma casa que nunca tenha tido uma.


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