''Isso é importante para dar visibilidade para as mulheres empregadas domésticas. E quero dizer que nossa voz ecoa. Isso é só o começo'', disse a criadora da página, em mensagem de vídeo publicada nesta sexta-feira. A partir dos relatos, impera a percepção de que para mulheres periféricas e negras o trabalho ainda é passado quase que por gerações (de cuidar da casa e filhos da "sinhá" até ser empregada doméstica e/ou babá). O embate prossegue, de maneira antropológica, nas reações dos empregadores, que usam o espaço dos comentários.
A professora de História teve a ideia de criar a página depois que compartilhou um desabafo em seu perfil pessoal sobre uma das situações que viveu enquanto trabalhou como empregada. O post, que logo atingiu milhares de compartilhamentos, fez com que outras mulheres entrassem em contato com Joyce para contarem suas vivências.
Regina Casé
Ano passado teve muita gente saindo das salas de cinema incomodada. ''Que horas ela volta'', de Anna Muylaert, causou impacto ao mostrar a relação submissa em que empregadas domésticas, mesmo consideradas ''de casa'', sofrem diariamente em seus trabalhos. A atuação de Regina Casé foi reconhecida internacionalmente.
À época, ''Que horas ela volta'' foi indicado a alguns prêmios internacionais e a história fez com que vários gringos ficassem de boca aberta. Isso porque lá fora não é comum que as casas tenham empregadas, enquanto no Brasil, o que é incomum é achar uma casa que nunca tenha tido uma.