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Estado de Minas

Polícia busca por quatro foragidos suspeitos de estuprar adolescente no Rio

Nessa segunda-feira, a delegada Cristiana Bento, titular da DCAV, pediu a prisão temporária de seis suspeitos. Dois foram presos


postado em 31/05/2016 10:16 / atualizado em 31/05/2016 11:07

A polícia procura por quatro suspeitos, identificados da esquerda para direita como Sergio Luiz da Silva Junior, Marcelo Correa, Raphael Belo e Michel Brasil da Silva (foto: Divulgação/Polícia Civil do RJ)
A polícia procura por quatro suspeitos, identificados da esquerda para direita como Sergio Luiz da Silva Junior, Marcelo Correa, Raphael Belo e Michel Brasil da Silva (foto: Divulgação/Polícia Civil do RJ)
Policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) fazem uma operação nesta terça-feira para prender os quatro foragidos que são suspeitos de envolvimento no caso de estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro. Ontem, a polícia prendeu Raí de Souza, de 22 anos, que admitiu ter tido relação sexual com a jovem e o jogador Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos.

Os dois foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte. Souza e Perdomo haviam prestado depoimento na sexta-feira, 27. Na ocasião, Souza saiu da Cidade da Polícia sorridente, dizendo ter "provado" que não houve estupro. Ele assumiu ter divulgado as imagens da adolescente.

Perdomo, apontado pela adolescente como seu namorado, negou ter envolvimento com a jovem. Nessa segunda-feira, a delegada Cristiana Bento, titular da DCAV, pediu a prisão temporária de seis suspeitos.

"Mesmo que ele fique preso, irá à delegacia. A gente sabe que ele está falando a verdade, vou estudar o pedido de prisão para apresentar as medidas cabíveis", havia afirmado o advogado de Perdomo, Eduardo Antunes, antes da prisão do jovem.

"Lucas está revoltado e desesperado com essa situação. Ele quer se apresentar à polícia e explicar tudo o que aconteceu, já se disponibilizou inclusive a fazer teste de DNA, vamos provar que não há vestígio de Lucas na jovem. Ele não encostou nela naquele dia", acrescentou o advogado na oportunidade.

Estão sendo procurados Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como Da Russa; Marcelo Miranda da Cruz Correa; Raphael Assis Duarte Belo e Michel Brasil da Silva. Da Russa é apontado como chefe do tráfico do Morro da Barão, na Praça Seca, onde ocorreu o crime. O Disque Denúncia oferece R$ 1 mil para quem der informações sobre seu paradeiro.

Laudo do exame

O laudo da perícia não apontou indícios de violência no caso do estupro coletivo contra uma adolescente de 16 anos no Rio, mas a delegada Cristiana Bento, responsável pela investigação, informou que está convicta de que a agressão ocorreu. "Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não determinante. Temos que verificar as outras provas e as imagens mostram o rapaz manipulando a menina. O vídeo prova o abuso sexual", explicou Cristiana, em entrevista à imprensa na tarde dessa segunda-feira.

O resultado do exame ocorreu por causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo de delito. Cristiana frisou que neste caso, a vítima estava desacordada e, portanto, não teria oferecido resistência, o que inviabilizaria a existência de uma lesão detectável no exame. "Vamos provar agora quantas pessoas praticaram o crime, se foram 10, se foram 15, mas que houve crime, houve", detalhou a delegada. Nas imagens, divulgadas pelos próprios agressores, um deles menciona "mais de 30" homens.

Cristiana, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima assumiu as investigações depois que o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), foi afastado. De acordo com a então advogada da vítima, Eloísa Samy Santiago, ele teria conduta inadequada no depoimento. Questionou, por exemplo, se a garota tinha hábito de praticar sexo grupal. A polícia entrou no caso na quinta-feira e somente nesta segunda seis suspeitos foram considerados foragidos.

O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso afirmou que "não há provas tão robustas" de que o crime teria sido cometido por mais de 30 homens, mas que a polícia continua a buscar elementos que possam comprovar o que foi dito pela própria vítima e por um homem que aparece no vídeo divulgado na internet. A jovem disse para a polícia que foi atacada por 33 homens e que muitos deles estavam armados. A delegada da DCAV disse que, em casos de violência sexual, o depoimento da vítima tem peso muito grande.

Culpabilização da vítima

Em entrevista neste domingo ao Fantástico, da TV Globo, a adolescente declarou que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.

"Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias", disse a adolescente. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: "Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada".

No mesmo dia, a família decidiu dispensar a advogada Eloísa, que defendia a adolescente no caso. Ela será protegida pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal.

(Com Agência Estado)


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