Com lençóis brancos e cartazes, por volta das 16 horas, homens, mulheres e crianças interditaram a via para pedir paz e criticar a atuação da Polícia Militar (PM) no conjunto de favelas.
O protesto foi reprimido pelos mais de 200 policiais que reforçavam a segurança no Alemão com bombas de gás lacrimogêneo. O clima ficou tenso e alguns moradores responderam jogando pedras e bombas caseiras nos policiais.
Mais cedo, o jornal Voz das Comunidades registrou o momento em que moradores do Complexo do Alemão balançavam lenços brancos com pedido de justiça, nas janelas das casas do morro:
Aqui no Complexo do Alemo no panelao!!! Moradores acenaram com pano branco de suas janelas, lajes e becos, pedindo...
Posted by Jornal VOZ DA COMUNIDADE on Sexta, 3 de abril de 2015
Investigação
A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro instaurou inquérito na manhã desta sexta-feira (3/4) para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo, uma das quatro vítimas baleadas nos últimos dois dias, no Complexo do Alemão.
Os agentes também investigam a morte de Elisabete Alves de Moura Francisco, baleada dentro de casa na tarde de quarta-feira (1º/4), assim como a filha, que ficou levemente ferida. Os policiais estão ouvindo familiares e testemunhas. Homens da PM foram chamados para prestar depoimento e tiveram as armas apreendidas para confronto balístico.
De acordo com a Polícia Pacificadora de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, as mortes ocorreram devido a confrontos com bandidos armados. Um policial foi ferido por estilhaços e medicado.
Solidariedade
Em nota divulgada nesta sexta-feira (3/4), a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Eduardo. "Quero expressar minha solidariedade e sentimentos de respeito neste momento de dor a Terezinha Maria de Jesus, que perdeu o filho Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, no Complexo do Alemão. Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos."