Florianópolis – Um colégio e dois caminhões incendiados na madrugada de ontem em Santa Catarina foram os mais recentes alvos dos ataques criminosos cometidos no estado desde 26 de setembro. Com as ocorrências – as primeiras depois de quase 48 horas de trégua – chega a 101 o número de atentados registrados em 31 cidades em apenas duas semanas. A onda de ataques é atribuída a criminosos detidos em presídios que estariam insatisfeitos com a transferência de presos.
Segundo a Polícia Militar, duas salas do Colégio João Batista da Cruz, no Bairro Meia Praia, na cidade de Penha, a cerca de 110 quilômetros ao norte de Florianópolis, foram incendiadas por volta da 1h30 de ontem. O vigilante de serviço contou que fazia a ronda quando percebeu as chamas. Segundo ele, alguém invadiu a sala da diretoria, levou as chaves das duas salas e espalhou material inflamável pelo local, ateando fogo em seguida. Uma das salas ficou totalmente destruída.
Já em Laguna, a 122 quilômetros ao sul de Florianópolis, dois caminhões foram incendiados e destruídos pelas chamas. A origem do fogo é investigada, mas a PM informou já ter identificado indícios de que se tratar de um incêndio criminoso.
Na quinta-feira e ontem, policiais militares prenderam cinco homens e apreenderam um adolescente suspeitos de envolvimento com os ataques. No total, chega a 57 o número de adultos presos e 18 adolescentes apreendidos desde o início da onda de ataques.
Quarenta e um ônibus já foram incendiados ou depredados. Oito bases policiais, cinco viaturas e casas de 24 agentes de segurança foram atacadas. Um agente de segurança foi morto e dois suspeitos morreram em confronto com policiais.
Desde quarta-feira, 30 agentes da Força Nacional de Segurança enviados ao estado no fim de semana e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) reforçam as barreiras montadas em estradas catarinenses a fim de impedir a entrada de armas e drogas no estado.
Operações
A Força Nacional faz operações nas estradas federais que cortam Santa Catarina, principalmente na divisa com Rio Grande do Sul e Paraná. O objetivo é coibir a entrada de armas e drogas e prender suspeitos de envolvimento nos ataques.
Além dos agentes, o governo federal emprestou equipamentos ao estado para combate ao crime organizado, como um scanner que identifica o que há dentro de veículos e um helicóptero com câmera avançada para fiscalização.