Sons de orquestra de maracatu rural e estandarte do bloco carnavalesco Galo da Madrugada permearam o velório do escritor paraibano Ariano Suassuna, no Palácio do Governo, no Recife, nesta quinta-feira, 24. O corpo foi enterrado no fim da tarde, em cerimônia emocionante. O cemitério Morada da Paz, em Paulista, estava lotado de fãs e admiradores de todo o estado. Após apresentação do violinista Edvaldo Barros e poema declamado por João Suassuna, o corpo de Ariano foi enterrado, enquanto a família jogava flores no caixão.
Diversas autoridades participaram do velório. A presidente Dilma Roussef cancelou agenda de compromissos oficiais no Rio de Janeiro para comparecer à cerimônia. Ela chegou às 14h20, acompanhada do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pelo senador Humberto da Costa (PT) e integrantes da chapa majoritária que vai disputar o governo de Pernambuco.
Ainda durante a presença de Dilma, populares que homenageavam Suassuna cantaram o hino do Bloco Lírico Carnavalesco Madeiras do Rosarinho, cujo refrão diz "nós somos madeira de lei que cupim não rói". A presidente deixou o local perto das 15h, pouco antes de o féretro sair para o Cemitério Morada da Paz, que fica na cidade de Paulista, região metropolitana do Recife, onde ocorre o enterro.
O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, também esteve presente. Ele tinha cancelado toda a sua agenda desta quarta-feira, 23, para ficar ao lado da família. Suassuna era casado com Zélia, tia de Renata Campos, mulher do candidato.
O escritor e dramaturgo morreu ontem aos 87 anos, depois de dois dias internado na UTI neurológica do Hospital Português em razão de um AVC hemorrágico. O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), decretou luto de três dias no Estado.