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Estado de Minas

Greve da PM acaba em dia de caos no Recife

Militares que estavam parados havia três dias e governo firmam acordo, mas população do estado ainda convive com onda de assaltos, arrastões e saques na capital e no interior


postado em 16/05/2014 00:12 / atualizado em 16/05/2014 07:44

Várias lojas e supermercados foram assaltadas durante a greve dos policiais em Pernambuco(foto: AFP PHOTO/Bobby Fabisak/JC Imagem)
Várias lojas e supermercados foram assaltadas durante a greve dos policiais em Pernambuco (foto: AFP PHOTO/Bobby Fabisak/JC Imagem)

Após três dias de braços cruzados, termina a greve da Polícia Militar de Pernambuco. A decisão foi tomada ontem à noite, depois de reunião entre representantes dos PMs e governo, no Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife. A paralisação começou na terça-feira e, nas últimas 48 horas, a população pernambucana viveu um verdadeiro clima de guerra, com tanques do Exército circulando nas ruas da Região Metropolitana da capital. A categoria conquistou quatro pontos considerados emergenciais: incorporação do auxílio morte ao salário base da categoria, beneficiando ativos e inativos; plano de cargos e carreiras a partir de segunda-feira, com a criação de uma comissão que vai avaliar com os deputados a promoções na categoria; reestruturação do Hospital da Polícia Militar e criação de unidades de saúde para a categoria no interior do estado, além da promessa do governo de que o aumento salarial voltará a ser debatido na primeira semana de janeiro, após os impedimentos causados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e Lei Eleitoral._


Ontem, o clima no Centro do Recife foi de pânico generalizado. Em alguns locais, comerciantes, com medo de arrastões, baixaram as portas, e pedestres saiam em disparada ao menor rumor da chegada de criminosos. Ontem, homens da Força Nacional de Segurança Pública, do Exército e da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga chegaram no Recife para atuar na segurança no lugar da PM. As tropas vão atuar por tempo indeterminado. A Polícia Civil também colocou todo o efetivo nas ruas para ajudar no patrulhamento.


O governo de Pernambuco informou à tarde que só retomaria as negociações com os grevistas se a categoria voltar ao trabalho. “Negociação só depois que eles voltarem ao trabalho”, afirmou o secretário da Casa Civil do Estado, Luciano Vasquez, pois a greve havia sido considerada ilegal pela Justiça, que estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para associações e movimentos independentes dos grevistas que não voltassem às funções. Um dos líderes do movimento, o soldado Joel do Carmo, esteve na sede do governo de Pernambuco na manhã de ontem, mas não foi recebido, o que acabou ocorrendo à tarde.


Entre as reivindicações, os PMs pediam aumento salarial de 50% para praças (cabos e soldados) e de 30% para os oficiais. Atualmente, um soldado da PM recebe salário de R$ 2.409, enquanto um coronel, R$ 13,6 mil. O governo João Lyra Neto (PSB), sucessor de Eduardo Campos (PSB), disse que também não poderia negociar reajuste salarial, já que a legislação impede esse tipo de promoção dentro do período de 180 dias antes das eleições.

Sem policiais militares nas ruas, dezenas assaltos, saques e assassinatos foram registrados na Região Metropolitana do Recife e no interior do estado. O comércio fechou as portas em muitas cidades. Por questões de segurança, o governo de Pernambuco não divulgou o número de homens que estão atuando na vigilância. Após o pedido do governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), ao Ministério da Justiça, a Força Nacional confirmou o envio de três grupos. O primeiro deles chegou ainda nas primeiras horas de ontem procedente de Alagoas com cerca de 60 homens. Eram esperados até a noite dois outros grupos que devem chegar de avião à capital pernambucana. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou ao Recife às 16h para se reunir com o governador, acompanhado de um general para comandar a ação de segurança durante a greve da PM em Pernambuco.

FORA DA ROTINA

Por causa da paralisação, a rotina das maiores cidades de Pernambuco mudou. No Recife, as maiores universidades suspenderam as aulas, e escolas também deixaram de receber alunos. Parte do comércio da capital fechou as portas, especialmente no Bairro da Boa Vista. Pela manhã, quatro homens armados invadiram o Hiper Casa Forte, bairro nobre da cidade, e roubaram uma joalheria. Há relatos de assaltos em vários pontos do Recife, como no Arruda e em Casa Amarela, e em Peixinhos, em Olinda. Devido a vários casos de saques a lojas e supermercados e ao clima de insegurança, a Prefeitura de Abreu e Lima decretou ponto facultativo.

No Recife, as lojas que abriram deixaram os suportes de ferro em posição para, a qualquer momento, fechar as portas, como informou a Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife. A CDL acrescentou que estava em contato ininterrupto com comerciantes, mas que não há orientação ainda para que fechem as lojas temporariamente. PE tem onda de saques e assaltos durante greve da polícia. Em Caruaru, maior cidade do interior, o comércio fechou as portas após várias lojas serem saqueadas. Há registros de ataques a estabelecimentos nas ruas Duque de Caxias e 15 de Novembro, principais do Centro da cidade, além de ataques a lojas próximas à feira, no Parque 18 de Maio, e na Avenida Agamenon Magalhães, principal via de Caruaru.

Uma onda de boatos de arrastões ocorreu em Garanhuns, Gravatá e Limoeiro, onde a população tem evitado as ruas. A Prefeitura de Petrolina, a 715 quilômetros de Recife, informou que a segurança da cidade está sendo feita com o efetivo da Guarda Municipal e dos agentes de trânsito, A ação deve durar enquanto a PM continuar em greve. A prefeitura decretou ontem que todos os bares e restaurantes da cidade fechem as portas à meia-noite. Por causa da greve em Pernambuco, o governo da Paraíba reforçou a segurança na divisa entre os estados.


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