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Estado de Minas

Morre turista atacada por tubarão em Pernambuco

Paulista não resistiu aos ferimentos e veio a óbito no hospital


postado em 23/07/2013 09:25 / atualizado em 23/07/2013 09:44

 

Área onde aconteceu o ataque tem placas informando sobre perigo (foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)
Área onde aconteceu o ataque tem placas informando sobre perigo (foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)

Faltaram poucos segundos para que a turista Bruna Gobbi, 18 anos, fosse salva do ataque de tubarão que lhe tirou a vida ontem, em Boa Viagem. Ela lutava para não se afogar quando foi mordida na perna esquerda, instantes antes de um bombeiro, de jet ski, alcançá-la para evitar o afogamento. Bruna foi a 24ª pessoa morta por ataque de tubarão em Pernambuco desde 1992. A paulista, que passava férias no Recife, tomava banho de mar acompanhada de uma prima, por volta das 13h, quando o animal a atacou. Ela foi resgatada e levada à UPA da Imbiribeira, onde recebeu primeiros socorros, e depois ao Hospital da Restauração. No HR, chegou a ter parte da perna amputada em uma cirurgia, mas não resistiu e morreu por volta das 23h50, segundo a assessoria do hospital.

 

Bruna e a prima Daniele Souza, 20, foram arrastadas por uma forte corrente marinha. Como não sabiam nadar, pediram socorro. Nesse momento, ocorreu o ataque. Todo o drama foi registrado por uma das câmeras de segurança da Secretaria de Defesa Social (SDS).
Bruna morava em Embu-Guaçu, no interior de São Paulo. Segundo o primo de Bruna, Davi Leonardo, 35, essa foi a segunda vez que ela esteve no Recife.“Na primeira ela era criança e tomou banho de mar”, contou. Enquanto aguardava notícias do estado de saúde da filha, a mãe dela era amparada, no HR, pelas tias e pela prima, que também estava no momento do ataque.

 “Ela perdeu muito tecido tivemos que amputar parte da perna esquerda”, explicou a cirurgiã Cláudia Albuquerque, em entrevista concedida no início da noite. Segundo a médica, Bruna também perdeu uma grande quantidade de sangue e chegou ao HR inconsciente. A paciente chegou ao HR às 15h02, cerca de duas horas após o ataque. Na hora em que teve a perna amputada, Bruna já havia sofrido três paradas cardíacas, uma na UPA, outra a caminho do HR e a terceira na mesa de cirurgia, afirmou o cirurgião Eli Marcos.

 Com o caso de ontem subiu para 59 o número de ataques registrados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). De acordo com a presidente do Cemit, Rosângela Lessa, o mês de julho é o que registra a maior incidência, com um total de nove casos incluindo o de ontem, o que representa 15% do total até agora. “É um mês chuvoso e de águas turvas. Além disso há um descarga dos rios com muitos sedimentos, o que favorece a presença do animal”, revelou. O local onde ocorreu o incidente foi nas proximidades da Pracinha de Boa Viagem em frente ao Edifício Ana Bela, 4772. “Infelizmente ela estava numa área onde não há proteção dos arrecifes e existem correntes de retorno, que aumentam as probabilidades do banhista ser arrastado para um local mais fundo com risco de afogamento e ataque. Mesmo com toda a sinalização das placas as pessoas nunca acreditam que pode acontecer”, ressaltou.

 Último caso

 A morte mais recente por ataque de tubarão no estado tinha sido registrada em junho, na Enseada dos Corais. José Rogério Tavares da Silva, 41 anos, foi visto pela última vez na companhia de uma mulher, na tarde do dia 25 daquele mês, depois de ingerir bebida alcoólica. O corpo foi encontrado apenas três dias depois, na Praia do Paiva, ainda com roupas, mas com grandes marcas de mordidas, em especial nas pernas, o que levou à conclusão do IML de que a causa da morte teria sido a hemorragia dos ferimentos e não um afogamento seguido da ação do peixe.


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