Ivane Moreira, mulher do vice-governador de SC, morre após lipoaspiração

A advogada Ivane Fretta Moreira, 60 anos, mulher do vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, morreu no fim da tarde de sexta-feira. Ela sofreu uma embolia pulmonar, por volta das 14h, ao realizar uma cirurgia de lipoaspiração no Hospital Ilha e Maternidade, em Florianópolis. Encaminhada em seguida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Baía Sul, ela não resistiu. O corpo foi velado no hall do Centro Administrativo do governo estadual, com honras militares, e cremado ontem por volta das 15h, em Balneário Camboriú. O Ilha e Maternidade informou que a morte da advogada “foi uma fatalidade”.

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD) decretou luto de três dias. Ivane era casada havia 37 anos com Moreira e deixou quatro filhos e dois netos. Ela nasceu na cidade de Tubarão (SC). “Estou chocado com a perda e presto a minha solidariedade ao vice-governador, aos seus filhos e netos”, disse Colombo em nota.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Chaves, afirmou que esse tipo de complicação é a mais comum em lipoaspirações. “Cerca de 20% dos problemas pós-cirúrgicos são ocasionados por embolia pulmonar, que é um coágulo no pulmão. Há uma série de medidas a serem tomadas para evitá-la, com procedimentos e medicamentos, porém, não pode ser julgada como negligência médica, mas como fatalidade. Ela pode ocorrer mesmo sem uma cirurgia, e o paciente é exaustivamente informado dos riscos”, explicou. 

Cuidados

A complicação, no entanto, é mais recorrente em outros tipos de intervenções cirúrgicas, como operações ortopédicas e ginecológicas, disse Chaves. Pessoas obesas, as que usam anticoncepcional por muito tempo ou que fumam estão no grupo de risco. “Antes de realizar o procedimento, o médico deve fazer uma série de questionamentos para avaliar se o paciente se enquadra nessa parcela. Até mesmo uma viagem internacional pode aumentar o perigo de embolia durante a operação”, destacou. 

Segundo o especialista, a lipoaspiração não é uma intervenção cirúrgica arriscada. “As estatísticas mostram que o número de problemas durante esse tipo de cirurgia é relativamente pequeno. Ainda assim, o procedimento não pode ser banalizado. Atualmente, muitos médicos não especializados fazem a intervenção e em consultório, o que é errado. A lipo deve ser encarada como operação e deve ser realizada em centro cirúrgico”, alertou.


Memória
Outros casos

Vários casos de morte durante cirurgias plásticas são registrados no Brasil. No mês passado, Maria de Fátima Machado, 53 anos, morreu em Porto Alegre (RS) devido a uma parada cardíca depois de uma lipoaspiração. Familiares da vítima prestaram queixa contra o hospital por negligência. Em outubro de 2012, a modelo Pamela Baris Nascimento, 27 anos, perdeu a vida no Hospital Green Hill, em São Paulo, também durante uma lipoaspiração. 

Em Brasília, a tesoureira Marinalda Araújo Neves Ribeiro, 46 anos, morreu, em julho de 2010, durante lipoaspiração de culotes e do abdômen, implante de próteses nos seios e separação das pálpebras, na Clínica Magna, na Asa Norte. A jornalista Lanusse Martins Barbosa, 27 anos, também perdeu a vida, em janeiro de 2010, durante lipoaspiração no Centro Clínico Pacini, na Asa Sul. Investigações policiais concluíram que houve erro do médico Haeckel Cabral Moraes, que foi denunciado por homicídio qualificado.