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Estado de Minas

Papa vai falar sobre as manifestações no Brasil, diz jornal espanhol

Segundo o El País, o Papa está do lado dos estudantes, pois acredita que as reivindicações dos jovens não contradizem o evangelho de Jesus Cristo


postado em 03/07/2013 08:49

Diante da inquietante perplexidade dos políticos, que ainda não conseguiram entender direito a voz das ruas e estão apavorados com as pesquisas de aprovação de governos, que não escolhem cor partidária, só há uma solução: rezar para que a situação melhore. Só que o papa Francisco, de acordo com o jornal espanhol El País, está do lado dos estudantes. Tanto que mudou parte de seu discurso para dizer que “as demandas levantadas por mais justiça não contradizem o evangelho”. Os políticos bem que poderiam fazer uma penitência, ajoelhar-se sobre grãos de milho e pedir perdão pelos seus pecados, que não são poucos. A vinda do papa é uma boa oportunidade.

Enquanto Francisco não chega, continua a todo vapor a tentativa de dar uma resposta à sociedade. Votações a toque de caixa de projetos que dormiram anos a fio nas gavetas, propostas de realização de plebiscito para saber o que a população brasileira deseja, reuniões ministeriais que ligam o nada a lugar nenhum do mesmo jeito que as reuniões de líderes partidários, tanto com a presidente Dilma Rousseff quanto no próprio Congresso.

Dilma mandou a sua proposta de plebiscito. Por mais pressão que faça, terá muita dificuldade de aprová-lo a tempo de valer para as eleições do ano que vem. Os caciques dos partidos da base, com os microfones desligados, deixam claro que não gostaram das ideias que vieram do Palácio do Planalto. Muito antes pelo contrário. Em boa parte, detestaram. É assim no PMDB, no PR, no PTB, no PSD e por aí vai. A oposição também não gostou. Então, só com muita reza e uma ajuda dos céus alguma coisa pode mudar. Quem sabe o papa Francisco possa ajudar?

Dilma fez a reunião ministerial, mas não fez o essencial. Vai continuar com o maior ministério da história deste país? Vai manter a coordenação política que não dá certo, mesmo com a mãozinha de Aloizio Mercadante, que é ministro da Educação e deveria estar cuidando dela? Pelo menos por enquanto, não. A polêmica agora é o plebiscito. Até ele vir a falecer.

Freio de arrumação

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, comanda hoje reunião da bancada do partido no Congresso com sua executiva nacional. Na pauta, a crise política e a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff, o que reforça a posição dos pessedistas que sempre defenderam uma postura independente em relação ao governo. O certo é que nos próximos 60 ou 90 dias não haverá nenhum movimento eleitoral do partido. Tudo indica, aliás, que só no ano que vem a legenda tomará uma posição, embora saiba que Dilma fará todo esforço para se recuperar.

Primeiro passo

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou para hoje, ao meio-dia, sessão do Congresso para arquivar vetos que já caducaram. Ele vai aproveitar para discutir com os líderes partidários os procedimentos para apreciar os demais vetos – no total, são cerca de 3 mil. A ideia é passar um pente-fino para separar o joio do trigo. O Palácio do Planalto vê com desconfiança tanta disposição nesse caso. É que o governo teme a derrubada de alguns vetos importantes, especialmente os do novo Código Florestal e o do fator previdenciário.

Milhagem aérea


Presidente da subcomissão de migração da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Geraldo Thadeu (PSD-MG) está na Áustria, em encontro de uma ONG que defende os brasileiros que moram lá. Além da reunião, Thadeu fará duas palestras e aproveitará para assistir à reunião da ONU que será lá na sexta-feira. O parlamentar mineiro tem tradição nesse tipo de trabalho, já esteve na Bélgica, Espanha, Portugal e várias vezes nos Estados Unidos. Ele explica que a “situação está mais tranquila, os brasileiros estão voltando”. E brinca: “Não sei agora, depois dos protestos”.

Cinco horas
O deputado Miguel Corrêa Júnior (PT-MG) já tem na ponta da língua o discurso que fará na reunião de hoje da bancada petista para avaliar a crise política. Vai dizer que a principal questão é dar respostas concretas à sociedade e que não adianta manter o modelo de planos de longo prazo do governo. “Não dá para ignorar que um trabalhador de Ribeirão das Neves com emprego em Belo Horizonte passa cinco horas dentro do ônibus”, diz Miguelzinho, como é mais conhecido. E defende que, se for necessário, já que não dá para aumentar a passagem, que ela seja subsidiada.

"Foi péssima"

Quem esteve com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), depois do encontro com a presidente Dilma Rousseff garante: é muito pequena a possibilidade de haver plebiscito sobre a reforma política a tempo de valer para as eleições do ano que vem. Se é que vai haver alguma reforma. A alguns interlocutores, Ciro Nogueira não economizou para descrever a reunião com Dilma: “Foi péssima”. Para piorar, é voz corrente entre os demais líderes partidários que apoiam o Palácio do Planalto que “só o PT leva vantagem” com o que foi proposto.

PINGA FOGO

Conversa intrigante no plenário do Senado entre os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional tucano; o ex-líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que é senador licenciado.

Nada como uma política civilizada, mas Aécio é o principal líder da oposição e Romero Jucá, por mais que negue, ainda é um pote até aqui de mágoa por ter perdido a liderança.

E Aécio não perdeu a oportunidade. Quando alguém comentou sobre a conversa civilizada entre ele e o ministro de Dilma, sapecou: “Só não sei ministro de quê...”

Não bastasse a confusão criada pelos protestos dos estudantes, a Câmara dos Deputados teve que conviver ontem com outro tipo de manifestação. Garçons ocuparam as galerias para pressionar pela aprovação de aposentadoria especial para eles.

É o velho jeito PT de ser. Dos 40 inscritos para discursar ontem no plenário da Câmara dos Deputados, nada menos que 18 eram parlamentares petistas. Pelo jeito, queriam ocupar o microfone o máximo possível para não dar espaço à oposição.

A operação da Polícia Federal de combate à corrupção em vários estados foi batizada de Violência invisívelS. Uma boa escolha. Se não foi um recado para os últimos dias no país, mudou de nome.


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