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Estado de Minas

"A Justiça foi feita", diz Carla Cepollina ao deixar fórum

Após ser absolvida, Carla Cepollina deixa fórum emocionada


postado em 07/11/2012 20:53

Por maioria de votos, a advogada Carla Cepollina, de 47 anos, foi absolvida no início da noite desta quarta-feira pela morte do coronel Ubiratan Guimarães, de 63, em setembro de 2006. Na sala secreta, os jurados decidiram, em cerca de 20 minutos, que a então namorada do mandante do massacre do Carandiru não assassinou o coronel. Às 19h30, Carla saiu livre do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, no terceiro dia de julgamento. Emocionada, disse que a justiça havia sido feita e que vai recomeçar sua vida. "Vou rezar agora e me reunir com meus familiares."

A acusação não confirmou se vai entrar com recurso para mudar o resultado. O promotor João Carlos Calsavara negou a possibilidade, mas o assistente da acusação, Vicente Cascione, informou que vai pensar a respeito. Para Calsavara, os jurados não julgaram Carla. "A ré foi absolvida porque não foi ela quem foi julgada hoje. Foi julgado o coronel Ubiratan, a Polícia Militar, a violência que corre nas nossas ruas." Ao explicar por que não vai recorrer, o promotor afirmou: "Entendo que esse é o momento da vida no País, é o momento da impunidade. A sociedade quer isso. O coronel é um homem estigmatizado, é um ícone de uma década".

Para Cascione, os jurados tinham o resultado em mente desde o começo, por isso as provas não foram suficientes para condená-la Amigo da família, foi ele quem deu a notícia da absolvição aos dois filhos do coronel, que estavam no Fórum da Barra Funda, mas não no plenário no momento em que foi lida a sentença. Segundo o assistente da acusação, os filhos receberam a absolvição em prantos.

Ao contrário do que disseram na segunda, quando começou o júri de Carla, Calsavara e Cascione consideram que a presença de Liliana Prinzivalli, mãe e advogada da ré, colaborou para o resultado. Já Eugênio Malavasi, assistente de defesa, considerou a vitória "gloriosa". Ele saiu do plenário com o ônus da vitória, pois sua atuação no debate levou os acusadores a pedirem réplica. Aos jornalistas, Carla disse que se fez justiça "Estou feliz porque foi feita justiça após seis anos, mas estou triste porque o assassino do Ubiratan continua solto. Agora, posso retornar à vida do zero."

Tranquila durante toda a fase de debates, a ré recebeu a notícia da absolvição sem manifestar emoção. Em pé, olhou para sua mãe, que fez o sinal da cruz quando ouviu a sentença, para a irmã, Paula, que estava na plateia, e para Malavasi. Carla esperou o juiz declarar o júri encerrado para abrir o sorriso e começar a abraçar parentes e amigos. Os filhos de Ubiratan deixaram o fórum sem se manifestar. Carla não quis falar sobre a postura deles.

indefinição sobre o horário da morte foi crucial para o resultado. O exame necroscópico feito por volta das 5 horas de segunda-feira, dia 11 de setembro de 2006, indicou que o assassinato ocorreu de 18 a 20 horas antes. O cálculo aponta para domingo de manhã e não sábado à noite, como argumentou a defesa. Nesse dia e horário, Carla não estava no apartamento do coronel.

As chances de absolvição aumentaram após a explanação de Eugênio Malavasi, assistente da defesa. O advogado teve apenas meia hora para convencer os jurados de que a acusação não tem provas contra a ré - a primeira hora foi usada por Liliana Prinzivalli, mãe e defensora da acusada. O pouco tempo levou Malavasi a subir o tom de voz. Aos gritos, chamou a atenção dos jurados para as falhas da perícia.

A convicção e o espetáculo de voz promovido por Malavasi fez a acusação se movimentar. Se durante a explanação de Liliana Prinzivalli o promotor e o assistente permaneceram calmos e confiantes, os 30 minutos finais usados pelo defensor fizeram ambos correrem para programar nova apresentação. Pediram réplica, dando a Carla sua primeira - e definitiva - vitória no julgamento.


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