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Estado de Minas

Millôr Fernandes é velado no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio


postado em 29/03/2012 07:58 / atualizado em 29/03/2012 13:33


O velório do jornalista, escritor, dramaturgo e desenhista Millôr Fernandes, que faleceu terça-feira, 27, aos 88 anos, começou às 10h desta quinta-feira no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio, com a presença de muitos amigos, profissionais das várias áreas onde ele atuava. A atriz Marília Pera foi uma das primeiras a chegar. "Era um homem livre, não era ligado a religião, não tinha partido político, era muito culto e engraçado. Me apoiou publicamente quando era politicamente incorreto me apoiar", disse.

O jornalista e escritor Ruy Castro lembrou que Millôr costumava dizer que era um homem atrás de seu tempo. "Ele não estava gostando muito de como a humanidade estava caminhando e preferia ficar atrás, apontando os erros. Todos os grandes frasistas europeus batidos no liquidificador não dão meio copo de Millôr. Não tinha um dia que uma frase do Millôr não servisse para explicar e iluminar uma conversa sobre alguma coisa obscura que estava acontecendo no Brasil e no mundo", afirmou Ruy Castro.

O filho de Millôr, Ivan Fernandes, citou uma lição deixada pelo pai: "Você jamais deve usar o humor para humilhar. O humor pode ser uma arma de ataque muito forte, mas jamais use para humilhar alguém." O velório acontecerá até as 15h no Memorial do Carmo. Em seguida, o corpo será cremado. Millôr Fernandes morreu em casa, em Ipanema, zona sul da capital fluminense, pouco mais de um ano depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

 

Irmão de Millôr, o também jornalista Hélio Fernandes contou que, o arquiteto Paulo Casé, o cartunista Chico Caruso e o jornalista Luiz Gravatá iam com frequência ver o amigo no apartamento de Ipanema. “Desde que ele voltou para casa, a gente ia visitar, mas ele não ouvia nada, não falava nada. Era uma angústia total, ainda mais para mim, que perdi dois filhos no auge”, lamentou Hélio, pai dos também jornalistas Rodolfo Fernandes e Hélio Fernandes Filho, que morreram em agosto e outubro de 2011.


Companheiro de Millôr na confraria que durante 30 anos reuniu amigos nos almoços de sábado, o advogado Técio Lins e Silva disse que o escritor, nos últimos meses, “não interagia”, mas durante longo tempo manteve a lucidez e chegou a anunciar a intenção de escrever um livro sobre o drama que vivia. “Ele teve várias convulsões cerebrais e AVCs em número que os médicos diziam que ninguém suportaria, mas estranha, curiosa e surpreendentemente era capaz de reconhecer as pessoas e falar com dificuldade. Em muitos momentos sabia o estado em que se encontrava”, afirmou Lins e Silva.

CADEIRA DE RODAS

Segundo Hélio Fernandes, antes do AVC Millôr já se locomovia em cadeira de rodas, por causa de problemas circulatórios, mas estava em plena atividade. “Ele dizia ‘da cintura para baixo minhas pernas se recusam a andar, daqui para cima está tudo muito bem’. Usava o Twitter e o Facebook”, lembrou o irmão. Colaboradores e admiradores de Millôr usaram as redes sociais para homenagear o jornalista. “O Mestre se foi... Nosso eterno carinho”, escreveu a equipe do site de Millôr, que reúne biografia, obra, desenhos e o melhor do humor do jornalista, em frases como “Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira para matar”.


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