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Estado de Minas

Direita populista europeia se reúne na Alemanha em demonstração de força


postado em 19/01/2017 12:52

Entusiasmados pela vitória do Brexit e de Donald Trump, a extrema-direita e os populistas europeus, como a francesa Frente Nacional (FN), vão se reunir no sábado na Alemanha, no início de um ano eleitoral importante.

Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional, é uma das líderes que comparecerá ao encontro de Koblenz (oeste).

Também estarão presentes a copresidente do partido de direita populista Alternativa para Alemanha (AfD), Frauke Petry, o deputado holandês anti-Islã do Partido da Liberdade (PVV) Geert Wilders, o italiano Matteo Salvini, da Liga Norte, e o austríaco Harald Vilimsky, secretário-geral do ultradireitista FPÖ (Partido da Liberdade).

É uma "contra-cúpula" europeia, afirmam os organizadores. Será realizada um dia após a posse de Trump, cuja campanha populista o levou à Casa Branca contra todas as previsões.

Wilders anunciou sua participação no Twitter com a hashtag "MakeOurCountriesGreatAgain"("Vamos devolver a grandeza aos nossos países"), retomando o lema do presidente eleito americano.

"O objetivo é falar de liberdade para a Europa e os europeus. Vamos nos libertar do jugo da UE, mas também da globalização", declarou à AFP Ludovic de Danne, membro do conselho estratégico da campanha de Marine Le Pen, candidata à presidência francesa nas eleições de maio.

'Estratégia'

O encontro foi organizado pelo grupo Europa das Nações e das Liberdades (ENL), do Parlamento Europeu, fundado em 2015 por partidos de nove países com ideologias de extrema-direita. É copresidido por Marine Le Pen.

Centenas de manifestantes, mobilizados por partidos de esquerda e por sindicatos, protestarão no sábado contra este encontro. A polícia de Koblenz previu um dispositivo de mais de 1.000 agentes para evitar atos violentos.

Na inauguração, Marine Le Pen denunciará "a incrível loucura" da chanceler alemã, Angela Merkel, que abriu em 2015 as portas a mais de um milhão de solicitantes de asilo, antecipou seu assessor.

A líder ultradireitista francesa aproveitará provavelmente para estreitar laços com a alemã Frauke Petry, que acredita em um bom resultado nas eleições gerais de 24 de setembro para privar Merkel, que busca um quarto mandato, de uma maioria.

Timo Lochocki, do German Marshall Fund, considera que se trata, acima de tudo, de uma estratégia publicitária, e não de uma reunião pragmática. "Em termos de conteúdo, estes partidos não têm nada de importante a debater entre eles, já que o próprio princípio da cooperação transnacional é contrário ao seu programa", estima o analista.

"O fato de as pessoas votarem ou não por um partido de extrema-direita depende das especificidades de seu país", disse.

Ambições

No AfD, o anúncio do encontro provocou uma reviravolta. Alguns convocaram Petry a se distanciar da FN, a seu entender muito extremista, e outros não querem nem ouvir falar de uma aliança com Le Pen, considerada muito à esquerda em temas econômicos.

O copresidente da AfD, Jörg Meuthen, representante da ala mais moderada, afirma que o congresso é uma iniciativa do grupo parlamentar europeu ENF e que seu partido não se associou a ela como tal. A decisão de proibir o acesso de alguns meios de comunicação ao encontro também gerou polêmica.

Esta reunião ilustra as ambições destas correntes políticas antes das eleições em Holanda, França e Alemanha. A extrema-direita e os populistas esperam obter resultados muito bons enfatizando questões como a rejeição à imigração, às elites e ao islã.

Na Holanda, o partido de Geert Wilders lidera as pesquisas e as previsões na França situam Marine Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais.

O AfD reúne entre 12% e 15% das intenções de voto. Se estas previsões forem confirmadas nas urnas em setembro, entrará na câmara de deputados, algo que não ocorre na Alemanha com um partido deste tipo desde 1945.


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