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Estado de Minas

Primeiro-ministro francês, Manuel Valls, lança candidatura à Presidência


postado em 05/12/2016 18:40

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou nesta segunda-feira sua candidatura às eleições presidenciais de 2017, para "unir a esquerda", profundamente dividida, e enfrentar a direita e a extrema direita.

"Minha candidatura é de conciliação, de reconciliação", declarou Valls em Évry, seu reduto eleitoral, perto de Paris, em um discurso proferido na presença de sua esposa, Anne Gravoin, e sob aplausos dos presentes.

"Hoje tenho uma responsabilidade: unir", reforçou o chefe de governo, que disse que pedirá demissão na terça-feira para se dedicar à campanha para as primárias socialistas, que serão realizadas no fim de janeiro.

"As primárias que se iniciam são um meio formidável de recriar a unidade", afirmou, convocando "todos os franceses que rejeitam a ultradireita e a regressão social" proposta pela direita a participar deste primeiro grande obstáculo na corrida presidencial.

O candidato se comprometeu a que "a França não reviva o trauma de 2002, com uma extrema direita no segundo turno". "Dizem que a esquerda não tem nenhuma chance, mas não há nada escrito", advertiu.

Segundo pesquisa publicada no Journal du Dimanche, o premiê é a personalidade preferida dos simpatizantes da esquerda a se tornar o candidato do Partido Socialista (PS) à eleição presidencial, mas a candidata da ultradireita, Marine Le Pen, e o candidato da direita, François Fillon, ainda o superam amplamente nas pesquisas.

Caminho cheio de obstáculos

Se conseguir superar os dois turnos das primárias, em 22 e 29 de maio, o candidato do PS ainda terá diante de si um caminho cheio de obstáculos, e pode ficar encurralado entre o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, e o ex-ministro da Economia, Emmanuel Macron, um centrista liberal. Ambos excluíram sua participação na primária socialista.

Por enquanto, a demissão de Valls do governo obriga o presidente Hollande "a uma remodelação" governamental e para isso será necessário que "a França não fique desarmada neste período e permaneça mobilizada e unida", advertiu o ex-premiê conservador, Dominique de Villepin.

Entre os nomes que aparecem para substituir Valls estão os dos ministros Bernard Cazeneuve (Interior), Jean-Yves Le Drian (Defesa), Stéphane Le Foll (Agricultura), Marisol Touraine (Saúde) e Najat Vallaud-Belkacem (Educação).

Assim que tiver recuperada a sua liberdade, Manuel Valls tentará aparar as arestas de seu discurso e atrair novos aliados.

'Defender um legado'

Em um discurso no qual apresentou brevemente os eixos de seu programa - "laicidade", "igualdade", "fraternidade" com um modelo social que "deve ser preservado e modernizado" - Valls insistiu na necessidade de união da esquerda.

O primeiro-ministro tenta há anos impor uma modernização da esquerda, mas sua personalidade autoritária, seu discurso favorável às empresas e sua defesa estrita do laicismo irritam parte dos socialistas.

Na sexta-feira passada, Manuel Valls tinha prometido "defender o balanço" do presidente Hollande, ainda que sem grande entusiasmo.

"François Hollande e Manuel Valls fizeram a mesma política (...) E não se sabe quem, se Hollande ou Valls, é a lâmina ou o cabo do punhal que destroçou a esquerda", criticou no domingo Arnaud Montebourg, ex-ministro da Indústria do governo socialista - que deixou o cargo por suas críticas ao Executivo - e candidato às primárias socialistas.

Neste contexto, com uma esquerda totalmente desintegrada após um mandato de François Hollande marcado por uma impopularidade recorde, todas as pesquisas dão ao candidato da direita François Fillon e à líder da extrema direita, Marine Le Pen, como vencedores do primeiro turno da eleição presidencial, em abril, e ambos qualificados para a segunda e definitiva rodada, em maio.

A esquerda, por sua vez, seria eliminada, como já aconteceu nas eleições presidenciais de 2002.


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