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Estado de Minas

Opep deve decidir em Viena por manutenção da produção


postado em 02/12/2015 18:01

A Opep, envolvida em uma dura defesa de sua fatia de mercado, provavelmente resistirá às pressões de países como Equador e Venezuela para reduzir a produção em sua reunião semestral de sexta-feira em Viena, estimam os analistas.

Em sua reunião anterior, os ministros dos 12 países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mais a Indonésia, já mantiveram sua cota teórica de 30 milhões de barris por dia, e espera-se que nesta aconteça o mesmo, apesar de os preços do petróleo terem se aproximado em novembro do menor valor em seis anos e meio. Um corte na produção poderia contribuir para elevá-los.

Os preços do petróleo caíram 60% de seu valor desde junho de 2014 mas os grandes produtores da Opep, com a liderança da Arábia Saudita, estão inundando o mercado de petróleo em plena guerra comercial com o petróleo de xisto dos Estados Unidos.

Assim, segundo uma estimativa da agência de notícias financeira Bloomberg, a produção da Opep em novembro foi de aproximadamente 32,12 milhões de barris por dia, muito acima de seu teto de produção.

Embora Riad tenha insistido nos últimos meses que é preciso deixar o mercado funcionar livremente, pode-se perceber uma mudança no tom à medida que a reunião do dia 4 de dezembro.

Os analistas estimam que a organização pode está aberta a sacrifícios para estabilizar os preços caso os produtores de fora da Opep fizerem o mesmo.

Em sua chegada a Viena na terça-feira, o ministro saudita do Petróleo, Ali al Nuaimi, disse que serão abordados "todos os temas", e que o resultado da reunião não está decidido.

- Pressões de Equador e Venezuela -

O excesso de oferta de petróleo deve-se principalmente aos produtores não membros da Opep, sobretudo a Rússia, onde a produção atingiu nível recorde em outubro desde o fim da União Soviética. O país passa a ser, portanto, o maior produtor de petróleo do mundo, à frente da Arábia Saudita, que continua sendo o maior exportador de petróleo do mundo.

Com um consumo mundial moderado, essa enxurrada de petróleo fez que as reservas de petróleo tenham alcançado um nível recorde nos últimos meses, de quase 3 bilhões de barris no final de setembro nos países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo o último informe da Agência Internacional de Energia (AIE).

"A Opep não tem planos de reduzir a produção de modo unilateral sem a participação de países não pertencentes à Opep, como Rússia e Noruega", estimaram os analistas do Commerzbank.

E isso, apesar das críticas crescentes críticas a Riad de membros da Opep como Venezuela e Argélia, cujas finanças públicas são cada vez mais afetadas pela queda das receitas do petróleo.

A Venezuela, sexta maior produtora da Opep, tenta que o cartel reduza a produção.

"A Venezuela pedirá que todos os países da Opep respeitem os tetos de produção e avaliem a proposta de uma redução de 5% de produção", disse na terça-feira em seu programa de rádio o presidente Nicolás Maduro.

Já o Equador, o menor membro da Opep, quer que a organização reduza 2% da sua produção, uma estratégia que inclusive o próprio presidente Rafael Correa reconheceu no início do mês que será "muito difícil de conseguir".

"Se a Arábia Saudita quer que a estratégia com a qual se comprometeu há um ano funcione, seria inadequado recuar no momento em que o impacto dos preços baixos do petróleo começa a ser sentido nos investimentos em países terceiros e até mesmo nos membros mais fracos do cartel", comentaram Abhishek Deshpande y William Lapworth, analistas de Natixis.

A Arábia Saudita e outros países da península Arábica "veem sua estratégia respaldada pela recente diminuição da produção dps Estados Unidos e também pela redução esperada em outros países, seja por razões internas, como na Rússia (falta de investimento crônica e impacto negativo das sanções do Ocidente), ou devido à guerra de preços no mercado de petróleo", avaliou Christopher Dembik, analista da Saxo Bank.

O retorno do Irã ao mercado de petróleo, que já sinalizou que não pedirá permissão à Opep para aumentar sua produção, depois da suspensão que não pedirá permissão à OPEP para aumentar a produção depois da suspensão de sanções internacionais, em janeiro, incitará o cartel a não ceder terreno.


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