Londres – Os cientistas usaram os padrões de propagação da doença ebola e dados de tráfego de companhias aéreas para prever a chance de 75% de o vírus poder chegar na França até 24 deste mês, e chance de 50% para atingir a Grã-Bretanha até essa data. Esses números consideram um tráfego aéreo operando em plena capacidade. Assumindo uma redução de 80% em viagens para refletir a situação em que muitas companhias aéreas suspendem voos para regiões afetadas, o risco para a França ainda é de 25% e o da Grã-Bretanha é de 15%. “É realmente uma loteria”, disse Derek Gatherer, da Lancaster University da Grã-Bretanha, especialista em vírus que vem acompanhando a epidemia, o pior surto de ebola na história.
A epidemia mortal já matou mais de 3,4 mil pessoas desde que começou na África Ocidental, em março, e começou a se espalhar mais rapidamente, infectando quase 7,2 mil pessoas até agora. Nigéria, Senegal e agora os Estados Unidos – onde o primeiro caso foi diagnosticado na terça-feira em um homem que chegou da Libéria – registraram pessoas portadoras do vírus da febre hemorrágica ebola, aparentemente involuntariamente, chegando em seus territórios.
França é um dos países com maior probabilidade de ser o próximo atingido, porque os países mais afetados – Guiné, Serra Leoa e Libéria – falam francês e têm rotas cheias de viagens com o país europeu, enquanto o Aeroporto de Heathrow, na Inglaterra, é um dos mais movimentados do mundo. Tanto França quanto a Grã-Bretanha, cada um, trataram uma pessoa que voltou ao respectivo país com a doença e depois foi curada. O estudo dos cientistas sugere que mais pessoas podem trazer o vírus para a Europa sem saber que estão infectadas.
A Bélgica tem uma chance de 40% de ver a doença chegar ao seu território, enquanto a Espanha e a Suíça têm menor risco, com 14% cada, de acordo com o estudo publicado na revista PLoS Current Outbreaks. A Organização Mundial de Saúde (OMS) não colocou quaisquer restrições sobre viagens e tem incentivado as companhias aéreas a continuarem voando para os países mais atingidos. A British Airways e e a Emirates Airlines suspenderam alguns voos.
Um caso letal de contaminação por febre hemorrágica causada pelo vírus de Marburg foi registrado em Uganda, afetando um radiologista de um hospital de Kampala, anunciou ontem o governo ugandense ontem. O Marburg é da mesma família do ebola e está entre os mais virulentos agentes patogênicos no homem, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
EUA Autoridades de saúde norte-americanas interrogaram pelo menos 100 pessoas para verificar potenciais casos de ebola desde que o primeiro paciente com o vírus letal foi detectado no país, mas nada identificou, disse Thomas Frieden, diretor do Centro Norte-americano de Controle e Prevenção de Denças. Ele informou que a notícia sobre a pessoa com ebola em Dallas levantou alerta em hospitais de todo o país para verificar pacientes de alto risco, particularmente aqueles que recentemente viajaram ao epicentro da epidemia, no Oeste da África. Quarenta pessoas estão sendo monitoradas pelo governo.