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Estado de Minas

Britânicos mantêm presos sem acusação


postado em 30/05/2013 00:12 / atualizado em 30/05/2013 09:54

Londres – Advogados do escritório jurídico Public Interest Lawyers denunciaram à rede BBC que o governo do Reino Unido mantém até 90 supostos insurgentes detidos em um centro de detenção provisório em sua principal base militar, no Sul do Afeganistão. Os representantes de oito dos presos compararam a descoberta com o centro de detenção americano de Guantánamo. "Nossos clientes estão entre oito e 14 meses detidos sem acusações e sem acesso a advogados, em uma clara violação do direito britânico e internacional", afirmou o escritório, que entrou com uma ação judicial em Londres para tentar obter sua libertação.

O ministério da Defesa britânico admitiu o fato, mas insistiu na legitimidade da operação. "Não há nenhuma instalação secreta em Camp Bastion", afirmou o ministério. Em entrevista à BBC, o ministro da Defesa, Philip Hammond, admitiu que há "cerca de 80 ou 90" afegãos detidos nessa base da província de Helmand à espera de serem transferidos às autoridades do país centro-asiático, mas ressaltou que o Parlamento britânico conhece a situação. "Muitos deles são suspeitos de terem matado militares britânicos ou conhecidos por terem estado envolvidos na preparação, no fornecimento ou na colocação de artefatos explosivos improvisados (IED)", acrescentou, alertando para o risco de sua libertação.

Hammond reconheceu, no entanto, que normalmente não deveria haver mais de 20 detidos no centro, mas explicou que o elevado número atual se devia ao fato de o "sistema ter sido bloqueado por problemas na transferência ao sistema afegão". O fundador do Public Interest Lawyers, Phil Shiner, considerou que o Reino Unido poderia ter treinado o Exército e a polícia afegã para que "detivessem pessoas legalmente" e garantissem que as "tratavam de forma humana". Ele afirmou que, apesar disso, a escolha foi a do caminho que é “totalmente preocupante e totalmente inconstitucional", denunciou à BBC. As forças britânicas no Afeganistão podem deter suspeitos por 96 horas, mas é possível mantê-los presos por mais tempo em "circunstâncias excepcionais".

Na cidade de Jalalabad, insurgentes atacaram o escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), matando um guarda afegão, no segundo incidente com a organização humanitária em menos de uma semana. Sete funcionários, número que se acredita ser o total de trabalhadores estrangeiros do CICV em Jalalabad, foram resgatados pela polícia afegã durante o ataque, que envolveu um suicida e três homens armados, disse um porta-voz do Ministério do Interior.


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