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Estado de Minas

Quadro do século 18 que estava em museu de SP vai voltar a BH

Peça, devolvida pelo Masp ao Iphan, está a caminho da capital e será restaurada antes de ser mostrada ao público. Retorno de objeto marca campanha de resgate de bens


postado em 12/08/2015 06:00 / atualizado em 12/08/2015 07:55

Após mais de 50 anos, peça sacra que foi levada de uma igreja de Lavras por um estudante e doada ao Museu de Arte de São Paulo retornará ao acervo mineiro(foto: MASP/Divulgação)
Após mais de 50 anos, peça sacra que foi levada de uma igreja de Lavras por um estudante e doada ao Museu de Arte de São Paulo retornará ao acervo mineiro (foto: MASP/Divulgação)
De volta para casa, após mais de 50 anos. Deverá chegar a Belo Horizonte nos próximos dias o quadro sacro Verônica, do século 18, que foi devolvido pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp) ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De acordo com a superintendência da autarquia federal em Minas, a obra, de autoria desconhecida, passará pelo processo de restauração antes de ser exposta. O comunicado oficial sobre o retorno da peça será feito oficialmente na próxima segunda-feira, na Casa do Conde, na capital, durante a comemoração do Dia do Patrimônio Nacional, com a tradicional homenagem à memória do belo-horizontino e primeiro presidente da instituição federal, Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969).

Pronto para ser transportado, já estando inclusive embalado pela equipe do Masp, na capital paulista, a peça medindo 1,20m de altura por 60cm de largura marca, marca ainda os 12 anos da campanha conduzida em Minas, por várias instituições, para resgate de bens culturais desaparecidos. Centenas de peças já retornaram a igrejas, capelas e museus (veja abaixo alguns exemplos) e outras aguardam identificação para ser reintegradas ao patrimônio das comunidades.

Há um ano e três meses, o Estado de Minas contou a trajetória de Verônica e os entendimentos entre a superintendência do Iphan no estado com os advogados do Masp, uma das mais importantes instituições culturais do país. Na época, um problema em questão era a falta de segurança da igreja de Lavras, tombada pelo Iphan em 2 de setembro de 1948. Uma das alternativas é de que a peça ficaria no Museu de Arte Sacra vinculado à Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar.

TRAJETÓRIA Pertencente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, também do século 18, de Lavras, a obra de autoria desconhecida ficou no acervo do Masp por mais de 12 anos e tem uma trajetória iniciada no fim da década de 1950, quando um estudante do Instituto Gammon, tradicional escola do município, o encontrou na Igreja de Santana, na comunidade do Funil. Certo de que o templo não oferecia condições de segurança, ele doou a tela ao Masp, uma das maiores instituições culturais do país, quando já era um músico de renome nos Estados Unidos.

A partir de denúncias de moradores de Lavras, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), iniciou negociações com o Masp em 2009 e conseguiu a devolução.

O retorno do quadro está dentro de um contexto internacional referente à procedência ilícita de bens culturais. “Os museus têm um código de ética e o Masp agiu corretamente”, afirmou em entrevista ao EM o titular do CPPC, Marcos Paulo de Souza Miranda, certo de que o caso vai abrir precedentes e nortear iniciativas semelhantes.

CONQUISTA Esta é mais uma importante conquista na campanha de resgate dos bens dos séculos 18, 19 e início do 20 desaparecidos de igrejas, capelas, museus e prédios públicos de Minas. Tudo começou há exatos 12 anos, quando a Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, reclamou, na Justiça, a volta de três anjos barrocos postos em leilão no Rio de Janeiro e que pertenceriam ao Santuário de Santa Luzia.

As esculturas voltaram, depois de perícia e decisão judicial, e hoje podem ser admiradas no local de origem. Desde então, centenas de peças retornaram a Minas, tanto por meio de operações dos ministérios públicos Federal e do estado, das polícias Militar, Civil e Federal em parceria com outros órgãos, quanto por meio de devoluções espontâneas.

SAIBA MAIS

VERDADEIRA IMAGEM

O nome Verônica vem da junção das palavras “vero” e “ícone”, significando “verdadeira imagem”. Na Semana Santa, é tradição ver nas procissões uma mulher de rosto coberto por um véu, entoando um cântico em latim e desenrolando um tecido com a face de Cristo. A tela a ser devolvida pelo Museu de Arte de São Paulo retrata a mulher piedosa de Jerusalém que, diante do sofrimento  de Jesus ao carregar a cruz, enxugou o rosto Dele, ficando impresso no pano a figura do Nazareno.

PARA DENUNCIAR

Quem tiver informações sobre peças roubadas ou bens desaparecidos
pode acionar:

Ministério Público de Minas Gerais

E-mail: cppc@mpmg.mp.br e telefone (31) 3250-4620. Pode também enviar correspondência para Rua Timbiras, 2.941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte. CEP 30.140-062

Iphan

Para obter ou dar informações, basta acessar o www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de peças desaparecidas. Denúncias anônimas podem ser feitas pelos telefones (61) 2024-6342 / 2024-6355 / 2024-6370 do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) ou pelo e-mail depam@iphan.gov.br

Iepha/MG

Pelo site www.iepha.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3235-2812 ou 2813


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