Uma operação da Polícia Civil (PC) levou às prisões de oito suspeitos de envolvimentos em homicídios em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desencadeada na madrugada desta segunda-feira, a Operação Espinhos contou com a participação de 120 policiais. O nome veio de uma letra de funk que relata a rivalidade entre as gangues do Alemão, do Bairro Durval de Barros, e do Curumim, no Washington Pires, onde os presos moravam.
Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram com o registro de um aumento de homicídios na cidade. Os crimes envolviam as duas gangues e eram motivados por vingança ou disputas entre os traficantes. Conforme a PC, foram presos Marcos Vinícius Antunes, o Vinicinho, de 20 anos, que é investigado por pelo menos seis homicídios e seria o braço direito do tráfico da gangue do Alemão. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola semiautomática calibre 9 milímetros, com 17 munições, além de R$ 3,5 mil em dinheiro e porções de cocaína.
Thiago Louris do Carmo, o Fofão, de 26 anos, seria responsável pelo fornecimento de armas para a gangue. De acordo com a polícia, em julho deste ano, ele foi detido três vezes por porte ilegal de armas. Também foi detido Romildo Adriano Neto, o Mildão, de 31 anos. Ele e os outros dois suspeitos eram investigados pela morte de um casal por conta da rivalidade do tráfico. A polícia também prendeu Sandro Marques Trigueiro, de 24 anos, apontado como o matador da gangue do Curumim. Laércio Sérgio Tibúrcio Silva, conhecido como Lalá, de 21 anos, é suspeito de matar um amigo. Segundo a PC, eles estavam em um carro indo para um ponto de venda de drogas quando R$ 20 desapareceram dentro do veículo. Laércio teria falado para a vítima entregar o dinheiro até o fim da tarde. Como ele não cumpriu o combinado, o suspeito teria matado o amigo a tiros e jogado o corpo na lagoa da Petrobrás.
Também foi preso Cleverson Vaz Pereira, o Clebinho, de 35 anos. De acordo com a Polícia Civil, ele era considerado o "dono" dos bairros Petrovale, Montreal e Ouro Negro, e ainda teria planejado a morte do delegado que investigava crimes praticados por ele. Edson Rodrigues Júnior, da gangue do alemão, e Thiago Frederico Salviano de Aquino também foram detidos. Mais uma pistola 9 milímetros e uma quantia em dinheiro foram localizadas.
Segundo o chefe do Departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Edson Moreira, as investigações do serviço de inteligência da polícia apontaram que os criminosos de Ibirité vinham agindo em parceria com grupos das cidades de Betim, Contagem, e do Barreiro, em Belo Horizonte. Um dos casos investigados é o de uma chacina envolvendo seis pessoas.