Ailton Cirilo, Coronel PM, especialista em segurança pública

Ailton Cirilo, Coronel PM, especialista em segurança pública

arquivo pessoal

Até ontem, os temporais que atingem o Rio Grande do Sul (RS) vitimaram 85 pessoas e atingiram 364 municípios, afetando mais de 800 mil pessoas. Com o decreto de calamidade, o governador do RS, Eduardo Leite, afirmou ser o pior desastre já registrado na história do estado. Diante da catástrofe, pessoas ficam presas em áreas inundadas ou isoladas sem acesso a alimentos, água potável e cuidados médicos, sendo imprescindível a ajuda humanitária de todos.


Do latim calamitas, a palavra calamidade pode ser entendida como um grande mal comum a muitos, um infortúnio público ou uma série de desgraças que vêm sobre alguém. Mas o que uma calamidade tem a nos ensinar? Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1 a cada 45 pessoas que vivem no planeta precisam de ajuda humanitária.


Com causas diversas, incluindo desastres climáticos, doenças infecciosas e conflitos, o trabalho humanitário é imprescindível para ajudar coletivos em estado de vulnerabilidade social, aliviando e levando apoio e ajuda aos que precisam. Em âmbito global, temos como exemplo de atores de solidariedade os Médicos Sem Fronteiras e a Cruz Vermelha.


Além disso, são inúmeras as pessoas e empresas que financiam as ações por meio de doações financeiras, sendo que, a curto prazo, salvam vidas e, a longo, reestabelecem a segurança social e diluem a extrema pobreza. Por consequência, o objetivo da ajuda humanitária é justamente amenizar o sofrimento humano, integrando em sua logística o planejamento, suprimento, suporte, armazenamento e monitoramento em resposta a desastres.


É preciso pensar em políticas sociais que promovam constantemente a vida, gerando condições reais para a sobrevivência de toda a sociedade. Não se pode mitigar as calamidades públicas em detrimento de interesses escusos, o que acontece frequentemente no cenário político nacional.


O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) têm demonstrado um compromisso humanitário notável, sendo acionado repetidamente para apoiar operações de busca e salvamento em diversas circunstâncias. No Rio Grande do Sul, por exemplo, sua presença é essencial para fornecer assistência técnica e humanitária vital nas operações de busca e salvamento de vítimas de inundações.


Dezenas de militares do CBMMG foram mobilizados para prestar auxílio ao estado, juntamente com os equipamentos necessários. Em Canoas (RS), os bombeiros de Minas desempenharam um papel crucial no resgate de uma idosa de 96 anos que estava ilhada em sua residência. Esse tipo de intervenção humanitária não só salva vidas, mas também expressa a solidariedade e a dedicação inabalável ao serviço público.


O trabalho conjunto de socorro aos municípios afetados elucida o caráter humanitário presente nas corporações, bem como a importância da união para a sobrevivência da população. Para além de um dever cívico, há que se pensar na promoção da paz e consolidação da segurança como pilares da nação. Agentes humanitários arriscando suas vidas em prol do próximo é prelúdio para o país que precisamos construir.