Paul contraiu o coronavírus, causador da Covid-19. Ele teve uma história tão incrível que muitos custaram a acreditar. Em meados de 1952, ele tinha seis anos de idade e os Estados Unidos enfrentavam um surto de poliomielite, uma doença grave causada por vírus.
Embora a maioria das pessoas infectadas não apresente sintomas, aqueles que adoecem podem desenvolver paralisia muscular e, em casos graves, até mesmo morrer.
A poliomielite foi erradicada em grande parte do mundo graças à invenção de uma vacina em 1955, mas infelizmente, Alexander foi infectado alguns anos antes dessa descoberta, quando a doença era fatal para muitas crianças.
A doença em seu estágio avançado pode impedir o paciente de respirar adequadamente, já que afeta os músculos do peito.
Paul chegou a esse estágio antes de ser salvo por uma máquina curiosa conhecida como 'pulmão de ferro' ou 'pulmão de aço', que não só permitiu que ele sobrevivesse à sua infância, mas também o manteve vivo por mais de 70 anos!
Ele morreu com 78 anos. O americano detinha o recorde do Guinness Book como a pessoa que viveu mais tempo respirando com a ajuda da máquina.
Paul relatou em uma entrevista ao portal do Guinness Book, que quando sua mãe viu seu rosto, quando ainda era criança, ela soube que algo estava errado, embora ele não soubesse explicar como percebeu isso.
Assim como muitas outras vítimas do vírus, a saúde do norte-americano se deteriorou rapidamente, fazendo com que ele ficasse permanentemente de cama e incapaz de falar.
A epidemia devastadora lotou os hospitais do país com jovens pacientes, fazendo com que os médicos da época não conseguissem atender a todos.
Foi somente quando o menino começou a ter dificuldades para respirar e engolir que sua família não teve escolha senão interná-lo.
Segundo relatos, a equipe do hospital o colocou em uma maca em um longo corredor com outras crianças desesperadas com poliomielite. A maioria delas não sobreviveu.
Paul só conseguiu se manter vivo porque um médico realizou uma traqueostomia e o colocou em um pulmão de aço, uma máquina com aparência estranha que envolve todo o corpo da pessoa e cria um ambiente de pressão negativa para ajudar na respiração.
Mesmo depois de ter sido salvo, Paul acordou da cirurgia no meio de um corredor cheio de crianças chorando e gritando por causa dos pulmões de ferro. O aparelho é como uma cápsula muito apertada e limita os movimentos de quem está dentro.
Passado o pesadelo inicial, dois anos depois o norte-americano iniciou uma fisioterapia para aprender uma técnica de respiração, chamada “respiração de sapo”.
O método diferenciado faz uso dos músculos da garganta para levar o oxigênio para os pulmões – e não os do peito e diafragma, como é normalmente.
Como precisava ficar o tempo todo dentro da máquina, Paul recebia cuidados e precisava ser alimentado por alguém. Com o tempo, Paul conseguiu sair do confinamento durante o dia, mantendo o pulmão de aço apenas à noite.
Paul conseguiu concluir o ensino médio aos 21 anos, sendo o primeiro aluno da escola a se formar virtualmente por meio de um programa doméstico.
O norte-americano também concluiu a faculdade de direito, na Universidade do Texas, em 1978, tornando-se um advogado bem-sucedido. Com o tempo, ele conquistou seu próprio escritório.
Como não podia fazer anotações em sala de aula, Paul conseguiu desenvolveu uma excelente capacidade de memorização. Aos poucos, Alexander também aprendeu a escrever segurando uma caneta presa a um pedaço de pau com a boca.
Foi com esse método que escreveu sua inspiradora autobiografia 'Três minutos para um cachorro: minha vida em um pulmão de ferro'.
Nos tribunais, ele defendia seus clientes em cadeira de rodas. Atualmente, Alexander foi o usuário de pulmão de aço que mais tempo sobreviveu na história, e continuou trabalhando para aumentar a conscientização sobre os perigos da poliomielite.