História

Carnaval: conheça a tradição dos bonecos gigantes de Olinda


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Prefeitura de Olinda

Há mais de 90 anos, desde 1931, os bonecos gigantes sobem as ladeiras de Olinda, na região metropolitana de Recife, compartilhando alegria com a multidão.

Flickr/Jan Ribeiro

A tradição dos bonecos gigantes no carnaval nasceu em outra cidade pernambucana: Belém do São Francisco, localizada a 481 km da capital Recife, no sertão do estado.

Maria Hsu/Wikimedia Commons

De acordo com o portal da Cultura Pernambucana, em 1919 Gumercindo Pires, morador de Belém do São Francisco, criou o primeiro boneco gigante do país e o batizou de Zé Pereira - homenagem a uma das icônicas figuras do carnaval carioca.

Reprodução/TV Grande Rio

Gumercindo Pires teve a ideia de criar uma figura para as festas ao ouvir os relatos de um padre sobre a inclusão de bonecos gigantes em cerimônias religiosas na Europa medieval.

Seturpe/Divulgação

Em 1929, o jovem artista criou a boneca Vitalina para ser a companheira de Zé Pereira e desfilar com ele pelas ruas da cidade sertaneja. Os dois chegavam à cidade com a encenação de ritual às margens do Rio São Francisco.

Fabiano Caribé/Ascom

Para preservar a memória da cultura local, além de registrar Belém do São Francisco como berço dos bonecos gigantes, a cidade conta com o Memorial Zé Pereira e Vitalina.

Governo de Pernambuco

Em Olinda, a primeira aparição dos bonecos gigantes ocorreu em 1932 com o Homem da Meia Noite, obra dos artistas plásticos Luciano Anacleto de Queiroz e Bernardino da Silva.

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O Homem da Meia Noite é considerado um patrimônio cultural e artístico de Pernambuco e desfila até hoje no carnaval de Olinda no bloco Clube da Alegoria e Crítica Homem da Meia Noite.

Reprodução/TV Globo

Em 1937, foi criada a Mulher do Meio Dia, que também passou a formar um bloco tradicional nos desfiles carnavalescos.

Arquivo Público de Olinda

A Mulher do Meio Dia ficou conhecida pelos moradores da cidade como a Mona Lisa de Olinda por ter sido inspirada na mulher do famoso quadro do pintor Leonardo da Vinci.

Prefeitura de Olinda

Em fevereiro de 1990, um cortejo nas ladeiras de Olinda celebrou o casamento do Homem da Meia Noite com a Mulher do Meio Dia.

Pedro Leal/ Arquivo Público de Olinda

A partir do casal foram criados outros bonecos como o Menino da Tarde, o primeiro de muitos do artista plástico Silvio Botelho.

Reprodução/Globoplay

Silvio Botelho é considerado o principal mestre bonequeiro do carnaval de Olinda. De seu ateliê saem muitos dos bonecos que tomam as ladeiras da cidade no carnaval.

Divulgação

Na chamada terça-feira gorda, que encerra o período de folia, acontece o aguardado Encontro dos Bonecos Gigantes.

Flickr/Decoveri

O cortejo do Encontro dos Bonecos Gigantes acontece há 35 anos. Ele sai do Largo de Guadalupe, onde ocorre a concentração, e se arrasta pelas ladeiras de Olinda.

Sumaia Villela/Agência Brasil

Grandes personalidades da cultura de Recife e do Brasil são esculpidas para ganhar as ruas onlindeses no carnaval. Já foram homenageadas figuras como Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Pelé, Ayrton Senna, Chacrinha e Galvão Bueno.

Flickr/Gustavo Penteado

Ícones do humor nacional, como Zacarias (Trapalhões), e internacional, a exemplo de personagens do seriado mexicano Chaves, já desfilaram pelas ladeiras de Olinda.

Flickr/Fabio

Até mesmo mitos do rock'n roll, como Freddie Mercury, David Bowie o quarteto dos Beatles, já foram representados na folia

Flickr/Ivan Roberto Becher

Os bonecos, confeccionados com estruturas de arame, papel machê e tecidos, medem de três a quatro metros e chegam a pesar de 12 a 13 quilos.

Reprodução/Globoplay

Desde 2007, o cortejo costumava ser puxado pelo boneco do presidente da República que está no poder. Com a polarização política do país, a tradição foi rompida em 2003 e os organizadores optaram por abrir o desfile com a figura da Rainha Elizabeth II, morta em setembro de 2022.

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“Desde a época de Dilma a coisa começou a ficar polarizada, e na última eleição tomou uma amplitude muito grande. Sempre tinha uma discussão ou outra, e, por isso, vamos dar uma parada', declarou ao G1 Leandro Castro, responsável pela embaixada dos bonecos.

Divulgação