Economia

Consumidores se irritam: Produtos mais caros e embalagens reduzidas


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Walter Campanato Agência Brasil

A reduflação – como é chamado esse fenômeno – acontece quando as mercadorias nas prateleiras mantêm seus preços ou até mesmo ficam mais caras, mesmo quando os fabricantes diminuem o tamanho dos produtos.

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A prática não é novidade no Brasil e já acontece há algum tempo. Muita gente já reclamou da prática nas redes sociais…

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Uma pesquisa, feita pela empresa de consultoria Horus em parceria com o g1, examinou as 30 principais categorias de produtos que os consumidores costumam comprar.

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Comparando o período de janeiro a agosto do ano anterior, o sabão em pó foi o produto mais afetado pela redução de quantidade com aumento de preço nos supermercados.

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Durante esse tempo, o tamanho do produto diminuiu quase 10%, de cerca de 1,1 kg para 1 kg, enquanto o preço aumentou de R$ 15,31 para R$ 19,18, em média.

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O chocolate ficou em segundo lugar na lista dos produtos mais afetados.

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Na mesma comparação, o tamanho do chocolate caiu de 167,6 gramas para 143,7 gramas, ao mesmo tempo em que o preço subiu de R$ 15,85 para R$ 16,78.

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Além do sabão em pó e do chocolate, biscoitos, molho de tomate, sabonete e sucos de caixa também sofreram deflação no mesmo período. Mas por que isso acontece?

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De acordo com especialistas, as empresas têm duas razões principais para adotar a redução de quantidade com aumento de preço. Uma é o possível aumento nos custos de transporte devido ao aumento dos combustíveis.

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Segundo o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ulysses Reis, as empresas precisam buscar maneiras de diminuir o impacto dos aumentos nos preços dos combustíveis.

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Isso ocorre porque, à medida que o combustível fica mais caro, as empresas precisam destinar mais dinheiro para transportar seus produtos, o que diminui seus lucros.

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Por exemplo, se há um ano uma empresa gastava R$ 1.000 nesse processo, agora ela precisa gastar cerca de R$ 1.205, o que é aproximadamente 21% a mais.

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Para enfrentar essa situação, as empresas costumam resolver o problema aumentando os preços dos produtos para compensar esses custos adicionais, de acordo com o especialista.

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Já o segundo motivo que explica a reduflação tem a ver com a sazonalidade. Segundo o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Josilmar Cordenonssi, as condições climáticas podem influenciar a produção de muitos produtos.

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As plantações de trigo no Rio Grande do Sul tiveram sua capacidade de produção reduzida devido às tempestades ocorridas no início de setembro, por exemplo.

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Dado que esta região é responsável por cerca de 90% da produção de trigo no Brasil, isso pode causar prejuízos para as empresas de biscoitos – item que consta na lista de produtos que sofreram reduflação em 2023.

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De acordo com especialistas, a estratégia da redução de quantidade com aumento de preço é uma “saída fácil” para as empresas.

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Os consumidores que se sentirem prejudicados pela redução de quantidade com aumento de preço devem procurar o Procon equivalente à sua cidade.

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De acordo com as leis brasileiras, as empresas têm a obrigação de informar se houve alterações na quantidade de um produto.

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Por exemplo, em 11 de setembro, o supermercado Carrefour anunciou que colocaria adesivos nos produtos que sofreram redução de quantidade em suas lojas na França. A empresa não se pronunciou informando se a prática será replicada no Brasil.

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No Brasil, a portaria nº 392/2021 do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil estabelece regras para informar ao consumidor sobre mudanças na quantidade de produtos embalados.

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Algumas obrigatoriedades são: uso de letras maiúsculas, uso de negrito e uso de cores que contrastem com o fundo.

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O professor da FGV também observa que a reduflação não se limita apenas a diminuir o tamanho dos produtos. â??As empresas mudarem os itens de fabricação, como o chocolate ser feito achocolatado, ou trocarem o leite por produtos lácteos também se encaixa nessa situaçãoâ?, relata.

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“O efeito só vai mudar quando o consumidor perceber esse truque. Enquanto isso não acontecer, o cliente continuará sendo enganado”, disse Josilmar Cordenonssi, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Tânia Rego Agência Brasil