A polícia italiana realizou nesta segunda-feira (30) uma operação contra os ultras das duas equipes milanesas, Inter e Milan, infiltrados pela máfia e suspeitos de controlar diversas atividades muito lucrativas em torno dos estádios de futebol. 

Os serviços de segurança prenderam 19 pessoas e realizaram diversas buscas durante uma "grande investigação" liderada pelo Ministério Público antimáfia de Milão. 

A investigação revelou "a existência de infiltrações criminosas no meio dos ultras com o envolvimento dos principais dirigentes das associações de torcedores dos dois principais times de futebol de Milão", afirmou o comunicado do procurador da República de Milão. 

Uma fonte policial explicou à AFP que os dirigentes dos ultras dos dois clubes, Luca Lucci e Renato Bossetti, estão entre os presos. 

Os detidos poderão ser condenados a longas penas de prisão por associação ilícita com a máfia, extorsão, falsificação e atos de violência. 

Esta operação foi realizada apenas um mês após a morte de um conhecido ultra e membro da máfia calabresa 'Ndrangheta, Antonio Bellocco, esfaqueado em 4 de setembro nos arredores da capital lombarda durante uma disputa com Andrea Beretta, um dos antecessores de Renato Bossetti.

A morte de Bellocco ilustra a presença da máfia nos grupos de ultras do futebol italiano, atraída pela revenda ilegal de ingressos e vagas de estacionamento além do tráfico de drogas. 

Condenado diversas vezes por atos violentos e tráfico de drogas, Andrea Beretta subiu na 'Curva Norte' do estádio San Siro após o assassinato de Vittorio Boiocchi em outubro de 2022. 

Naquele momento, a imprensa italiana revelou escutas telefônicas nas quais Boiocchi se gabava de ganhar 80 mil euros por mês (cerca de R$ 485 mil pela cotação atual) graças apenas às suas funções como chefe dos ultras.

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