A Espanha pediu nesta segunda-feira (16) à Venezuela "informações oficiais e verificadas" sobre os dois espanhóis detidos no país sul-americano junto com outros estrangeiros, sob a acusação de estarem vinculados a um suposto complô contra o presidente Nicolás Maduro.
O Ministério das Relações Exteriores espanhol "segue solicitando às autoridades venezuelanas informações oficiais e verificadas sobre a detenção de dois espanhóis, assim como uma clarificação das acusações que lhes são imputadas", informou a pasta em um comunicado.
"A Embaixada espanhola em Caracas está em contato com o ministério venezuelano, ao qual comunicou que exercerá a proteção diplomática e consular de seus nacionais", acrescentou o ministério.
O governo da Venezuela anunciou no sábado a detenção de três cidadãos americanos, dois espanhóis e um tcheco por estarem relacionados com um suposto complô para atacar Maduro e "desestabilizar" o país.
No domingo, a Espanha negou "veementemente qualquer insinuação de estar implicada em uma operação de desestabilização política na Venezuela" e desmentiu que os dois espanhóis detidos façam parte da agência de espionagem espanhola CNI ou de "outro organismo estatal".
As prisões ocorreram em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e os governos dos Estados Unidos e da Espanha devido às controversas eleições de 28 de julho, das quais Maduro foi proclamado vencedor, apesar das denúncias de fraude.
A tensão entre Madri e Caracas escalou nos últimos dias após a chegada do candidato opositor venezuelano Edmundo González Urrutia à Espanha no dia 8 de setembro para pedir asilo, após um mês na clandestinidade em seu país natal, onde é procurado pela justiça.
Em resposta, a Venezuela chamou sua embaixadora em Madri para consultas e convocou o embaixador espanhol em Caracas para protestar contra os questionamentos levantados sobre a reeleição de Maduro.
O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, recebeu na quinta-feira passada González Urrutia no palácio de La Moncloa, a residência oficial.
du/pc/jb/ic