Cruzeiro e Atlético vão decidir uma vaga na semifinal da Copa do Brasil e um detalhe, aliás, o mais importante, me chama a atenção: a arbitragem. É sabido que no Brasil temos os piores árbitros do futebol mundial, com erros crassos, que decidem campeonatos e jogam por terra o trabalho de uma temporada. Peguemos como exemplo os dois últimos clássicos, pelo Mineiro e Brasileiro, onde o Cruzeiro foi prejudicado demais. No Mineiro, a não expulsão de Lyanco, que pisara no braço de Dudu, hoje seu companheiro, e a expulsão de Gabigol, que não teria acontecido caso o zagueiro alvinegro tivesse sido expulso. O árbitro foi Felipe Fernandes de Lima. No Brasileiro, a não expulsão de Junior Alonso, que já tinha cartão amarelo e segurou o atacante do Cruzeiro num contra-ataque, e o árbitro Flávio Rodrigues de Souza ignorou, assim como também não marcou as penalidades de Junior Alonso em Christian e Lyanco em Fabrício Bruno, numa cobrança de escanteio, na mesma jogada, quando a bola já estava viajando para a área. Uma aberração daquelas que geram suspeita.

Tão logo saiu a definição dos confrontos, entrevistei, direto da CBF, o diretor-executivo do Cruzeiro, Paulo Pelaipe, e perguntei se a diretoria não teria interesse em trazer um árbitro sul-americano, da Argentina, Uruguai ou Chile para apitar os dois jogos, já que no Brasil não vejo ninguém com capacidade para dirigir esse jogo. Pelaipe respondeu: “já protestamos aqui na CBF e mostramos os vários erros cometidos contra o Cruzeiro, na temporada. Porém, a competição é da CBF e ela deverá colocar um árbitro brasileiro.” Ok, se os dirigentes pensam assim, eu discordo veementemente. “Gato escaldado tem medo de água fria e se o Cruzeiro já foi tão prejudicado até aqui, quem garante que não vão prejudicá-lo ainda mais nos dois jogos? Talvez haja interesse em não deixar o maior ganhador da Copa do Brasil, com 6 títulos, ganhar o hepta!

Eu não arriscaria, e, se fosse o caso, até bancaria a vinda de um árbitro neutro, que não vá olhar a camisa de ninguém. Estou citando erros crassos, cometidos contra o Cruzeiro, mas os árbitros erram contra e a favor de todos. O Atlético também já foi garfado inúmeras vezes, principalmente no passado. Poderia ter sido campeão brasileiro mais vezes, porém, a arbitragem não deixou. A história mostra isso. Dia 27 a Arena MRV estará lotada pela apaixonada torcida do Atlético, sonhando em voltar a mais uma final para tentar o tri da competição. Ano passado, no primeiro título disputado ali, o dono do terreiro perdeu para o Flamengo, que teve sua quinta conquista da competição, mas que viu cenas de horror, com torcedores e jornalistas sendo agredidos verbalmente com o hino do clube, tocado no mais alto som para abafar uma festa do rival, coisa de mau perdedor. Espero que seja qual for o placar, que haja fair-play e respeito ao Cruzeiro. É jogo de uma torcida só, infelizmente, já que o Estado mostra que está perdendo essa guerra para os poucos bandidos, infiltrados nas organizadas. No Rio de Janeiro, as torcidas dividem o Maracanã, e olha que o Rio é o estado mais violento da nação!

Enfim, a CBF e a comissão de arbitragem estão desmoralizadas perante o torcedor brasileiro, que já não acredita em árbitro nenhum. E não me venham dizer que os árbitros têm que ser profissionalizados, pois quem ganha R$ 40 mil mensais, apitando oito jogos, tem um salário de um grande profissional. O que tem que melhorar é a seleção e o treinamento deles. Já houve casos, em São Paulo, em que os clubes exigiram juízes da América do Sul, não brasileiros, e deu muito certo. Eu ainda mantenho a minha posição: para o bem de Cruzeiro e Atlético, que tenhamos um árbitro argentino, uruguaio ou chileno na condução dos dois jogos, dia 27 desse mês, e 11 de setembro. Temos tudo para dar um grande exemplo de civilidade, respeito ao adversário e um clássico de muita qualidade. O Cruzeiro pratica o melhor futebol do país, mas o Atlético está forte, crescendo de produção e disposto a levantar uma taça na temporada. Façam suas apostas.

 

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