Pedro Lourenço é o único dono da SAF do Cruzeiro, o que era o sonho de 100% da China Azul. Um bilionário humilde, simples e sem vaidades. Um cara extraordinário, dono da rede de Supermercados BH, que virou uma potência nacional, a rede número 1 das Minas Gerais, com mais de 300 lojas no estado e 34 nos Espírito Santo, com um faturamento anual de mais de R$ 17 bilhões. Pedrinho construiu tudo isso, mostrando sua visão empresarial, com uma equipe fantástica que ele montou. Apaixonado pelo Cruzeiro, sempre esteve presente, principalmente nos momentos mais difíceis, quando o clube quase fechou as portas. Pôs comida na mesa, pagou salários atrasados, deu publicidade ao clube. A torcida reconhece tudo o que ele representa para o Cruzeiro e, por isso mesmo, diante da fraca gestão de Ronaldo, em 2023, pedia que ele comprasse a parte do ex-jogador, que aliás, colocou apenas R$ 35 milhões para pagar a Fifa e evitar ser punido e não poder contratar. Prometeu R$ 400 milhões em até 10 anos, mas não montou times a altura do gigante das Minas Gerais, e isso foi crucial para sua queda.
Pedrinho ajudou, comprando 20%, injetando R$ 100 milhões no clube. Mas deixou claro que não se meteria no futebol naquele momento. Claro que sempre ajudava, mas como Ronaldo tinha 70%, ele sempre deixou com o ex-jogador e sua equipe as decisões de campo. Porém, a péssima campanha no Brasileiro passado, a eliminação vexatória na Copa do Brasil e perda do título mineiro mostraram que o Cruzeiro estava fraco e combalido. O torcedor pedia a saída de Ronaldo, Paulo André e Elias, todos com a pecha de corintianos. Ronaldo havia dado uma declaração de que mais “cedo ou mais tarde venderia sua parte”, e aconteceu mais cedo do que esperávamos. Pedrinho atendeu a China Azul e resolveu comprar os outros 70%. Não sei quanto Ronaldo vai levar nessa negociação, mas, para quem pôs apenas R$ 35 milhões e geriu o clube com os próprios recursos que entravam, vai sair num lucro fabuloso. Na verdade, ele ganhou um clube por uma bagatela de R$ 400 milhões que ele não pôs. Vamos separar o ídolo dos gramados, um dos maiores jogadores de todos os tempos, do gestor e dono do clube. Como jogador, que foi, só temos elogios. Como gestor teve bons e maus momentos, tanto no Cruzeiro quanto no Valladolid. Achei uma covardia queimarem a bandeira com o rosto dele e a faixa que puseram no Mineirão “Tchau Ronaldo”. O ídolo tem que ser respeitado e o ser humano também. Críticas a uma pessoa pública, a um gestor, são pertinentes, mas com elegância e educação. Apesar da gestão ruim em 2023, Ronaldo fez um belo trabalho em 2002, quando tirou o time da segundona.
Pedro Lourenço é o novo dono, e como tal, tem o direito de contratar quem bem entender. Temos uma safra nova de executivos sérios, honestos e transparentes no Brasil. Alexandre Leitão, do Athletico-PR. Rodrigo Caetano, da CBF, e tantos outros país afora. Homens preparados, que não se curvam a empresários e que não são amigos deles. Apenas trabalham em prol do clube. Não têm a imagem suja no país e pensam sempre no melhor para a instituição. Não se iludam, pois Pedrinho vai trabalhar com os pés no chão e não vai gastar além da conta. Claro que ele vai buscar no mercado o que há de melhor em termos de jogadores e vai fiscalizar cada negociação que for feita. Pedrinho é sério, honesto, e não vai admitir falcatruas ou gente tentando passar a perna no Cruzeiro.
O sonho da torcida foi realizado. Ronaldo é passado como gestor e que seja feliz por onde vá. A realidade chama-se Pedro Lourenço e nele o torcedor deposita as esperanças de ver o Cruzeiro erguendo taças, novamente, que é o DNA dessa equipe gigantesca. O filho dele, Pedro Júnior, também estará no comando do clube, e isso é muito bom. Só posso desejar sucesso a Pedro Lourenço, seu filho e ao time do Cruzeiro. Pedrinho é um grande gestor com a potência que é o Supermercados BH, não tenho dúvidas de que será vencedor também no clube do seu coração. E se tudo der certo é a Pedrinho que a China Azul deve agradecer e reverenciar. Mais sucesso ainda meu amigo Pedrinho, você é um cara iluminado, o bilionário mais humilde e simples que já conheci.
Saudades eternas
Doutor Júlio Galante, delegado de polícia, dos maiores do nosso estado, nos deixou. Um amigo querido, sempre prestativo e correto. Que Deus o receba e conforte o coração da família.
Senna
30 anos sem o maior ídolo do Brasil no último século, ao lado de Pelé. A Fórmula-1 nunca mais foi a mesma sem esse gênio das pistas. Que esteja ao lado do Criador. Como diz meu amigo Galvão Bueno, “Senna não morreu, ele está em outro plano, aqui bem pertinho da gente. Converso com ele, várias vezes. Senna é imortal”.