Brasil campeão mundial de basquete. Há quanto tempo não escutamos isso? Pois é, aconteceu há 10 dias e passou batido. Ninguém falou nada. A Seleção Brasileira conquistou o ouro, histórico, na Universíade, disputada em Rhine-Ruhr, na Alemanha, ao vencer os Estados Unidos, de virada, depois de quase 30 pontos de diferença ao final do primeiro tempo pelo placar de 94 a 88, ainda por cima na prorrogação.
Esta foi a segunda medalha do Brasil na Universíade, competição disputada somente por jogadores universitários. A primeira edição ocorreu em 1963, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Foi um jogo de idas e vindas. Explico. É que no primeiro quarto, a vitória foi brasileira, de 21 a 17. No segundo quarto, a situação se inverteu. Os norte-americanos dominaram e deram show. Ao final do primeiro tempo, venciam por 43 a 29. Ou seja, o Brasil marcou apenas oito pontos.
No terceiro quarto, os EUA aumentaram a vantagem, que era de 14 pontos, para 22. A diferença chegou a 26 pontos. Mas no último quarto, uma atuação espetacular do Brasil, que empatou o jogo em 80 pontos. Isso, depois de estar perdendo, a três minutos do final, por 76 a 57.
Veio então a prorrogação e o que se viu em quadra foi um show brasileiro, de tirar o chapéu, como diríamos antigamente. A reação, porém, veio no momento decisivo. A equipe empatou o jogo em 80 a 80 com uma bola de três pontos de Reynan Gabriel nos segundos finais, levando a decisão para a prorrogação.
No tempo extra, o Brasil dominou e garantiu o ouro ao fechar com a parcial de 35 a 13. o destaques da partida foi o armador Adyel Borges, que anotou 25 pontos. Reynan marcou mais 18 e Zu Júnior contribuiu com 16.
“Sabíamos que ainda dava tempo. Nunca deixamos de acreditar. Esse grupo é muito unido e mereceu essa conquista”, afirmou o armador Adyel em entrevista após o jogo.
O time brasileiro teve Adyel Borges, Agapy Santos, Anderson Barbosa, Bruno Cardoso, Gabriel Campos, Gabriel Novaes, Leonardo Colimério, Matheus Buiu, Zu Júnior, Rafael Rachel, Reynan Gabriel, Yuri Neptune, o único mineiro, formado pelo Minas. O técnico, Fernando José de Oliveira Pereira. Na comissão técnica, o auxiliar Fabrício Freire Rocha e, na preparação física, Paulo Alberto de Paula.
Na final, Adyel Borges foi o cestinha brasileiro com 25 pontos. Reynan contribuiu com 18 pontos, incluindo a cesta de três decisiva que levou o jogo para a prorrogação. Zu Júnior também teve participação importante, anotando 16 pontos na partida.
Na final de 1963, a Seleção Universitária do Brasil derrotou Cuba por 106 a 80, com uma atuação dominante e coletiva. Os destaques foram Édson (16 pontos), Vítor (31), Jatir (15) e até Amauri, que mesmo jogando apenas 3 minutos, marcou 15 pontos.
O Brasil, que tinha como técnico Moacyr Daiuto – também comandante da primeira medalha olímpica do Brasil no basquete, bronze em Londres’1948 –, contou com os jogadores Moisés Blas (mineiro e jogador do Minas), Vítor, Sucar, Jatir, Édson, Amauri, Pedro Ives, Celso), todos jogadores que atuaram em equipes brasileiras e que foram convocados, várias vezes, para a Seleção Brasileira.
Seleção Brasileira que, além das duas medalhas de ouro, acumula na Universíade uma medalha de prata, conquistada em 2023, além de três bronzes, em 1967, 1973 e 1997.
O elenco atual foi formado principalmente por atletas da Unicesumar-RJ/FEURJ, Unicesumar-SP/Fupe, UFBRA-SP, e QUC-EUA.
Então está na hora dos nossos clubes olharem para esses jogadores e contratá-los. Talento não falta, o que é preciso, realmente, é saber aproveitá-los.
E não ficou só nesta conquista. Em 15 de julho, a Seleção Brasileira acima de 75 anos se tornou campeã mundial da modalidade. O título veio depois de uma vitória por 68 a 43 sobre, novamente, os Estados Unidos. A competição foi disputada em Lugano, na Suíça.
