Passional que é, o torcedor tem alternado entusiasmo e pessimismo quando o assunto é a expectativa quanto ao desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026, que será disputada no Canadá, EUA e México. Natural, pois mais que analisar o desempenho do Escrete Canarinho e as circunstâncias de cada partida, a maioria dá ênfase aos resultados.


Tem sido assim desde a chegada de Carlo Ancelotti ao país, em maio. O italiano provocou onda de otimismo com seu currículo recheado de títulos. O empate sem gols com o Equador, fora de casa, na estreia, em 5 de junho, não chegou a abalar o prestígio, até porque vieram duas vitórias seguidas, ambas em casa: 1 a 0 no Paraguai, em 10 de junho, e 3 a 0 sobre o Chile, em 4 de setembro, que garantiram a vaga ao Brasil no próximo Mundial.


A derrota por 1 a 0 para a Bolívia, ainda pelas Eliminatórias Sul-Americanas, também foi vista com naturalidade, pois ocorreu a mais de 4 mil metros de altitude, na cidade boliviana de El Alto. Mas, a partir de então, os sentimentos parecem ter comprado bilhete para um carrossel eterno.


A goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul reacendeu a esperança de que o caminho para o hexa havia sido reencontrado. Mas a derrota por 3 a 2, de virada, para o Japão, em partida no qual o treinador fez várias experiências, recolocaram uma enorme pulga atrás da orelha dos brasileiros.


Na última Data Fifa de 2025, isso voltou a ocorrer. O bom triunfo sobre o Senegal deixou todo mundo animado, mas o 1 a 1 com a Tunísia foi nova ducha de água fria em boa parte da torcida verde-amarela, segundo pude observar.


Entendo a oscilação de humor do torcedor, mas acho precipitado falar que nossa Seleção é favorita ao título ou que não passará das quartas de final da próxima Copa, como preconizam alguns. Precisamos de calma, gente.


Primeiro, porque temos de levar em conta as mudanças que Ancelotti poderá fazer em termos de peças até apresentar a lista final dos convocados. Raphinha, do Barcelona, por exemplo, não foi chamado para os últimos compromissos por estar se recuperando de lesão, assim como o goleiro Alisson, do Liverpool. Segundo, porque Copa do Mundo é competição de tiro curto, traiçoeira, em que o pior pode ganhar do melhor, como tantas vezes vimos.


Além disso, considero muito positivo que o treinador já tenha na cabeça a forma de jogar da equipe, que me parece muito clara, ainda que não esteja automatizada pelos atletas. O italiano tem apostado em uma 4-2-4 quando ataca, que vira um 4-4-2 sem a bola, respeitando as características do futebol brasileiro, mas sem abrir mão de suas convicções.


Se vai dar certo ou não, o tempo dirá. Por enquanto, vamos conjecturando. E renovando as esperanças no hexa.

 

TÍTULO EM ABERTO


Tudo indica que o Campeonato Brasileiro de 2025 terá briga pelo título entre Flamengo e Palmeiras até a última rodada. Uma pena que nosso calendário seja tão bagunçado e quase em nenhum momento tenhamos as equipes com o mesmo número de jogos.


Mas para apimentar um pouco mais a disputa, quis o destino que três equipes estejam no caminho dos líderes nas últimas rodadas. O Flamengo enfrentou ontem à noite o Fluminense e ainda terá pela frente Atlético (fora de casa) e Ceará (em casa), além do Bragantino (fora). Já o Palmeiras pegará o Fluminense como mandante e Atlético e Ceará longe de seus domínios, além do Grêmio também como visitante.
Como diria aquele velho locutor, “haja coração”.

 

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