As pessoas sofrem porque elas querem ser melhores do que elas podem ser. Talvez seriam mais felizes se se permitissem ser piores do que elas tentam ser.


Cada um de nós é moldado pelos impactos da vida social, absorvendo ideais do "eu" perfeito e do jeito "correto" de ser em diferentes papéis que desempenhamos na sociedade.

Percebo no consultório pessoas carregando o fardo do não atingimento desses ideais, se autoavaliando e se cobrando constantemente por não estarem à altura das expectativas que elas mesmas criaram.


Nos aprisionamos em uma busca implacável pela perfeição, seja como profissional, pai, mãe, irmão, marido, esposa, avô, amigo ou professor. Esses "ideais do eu" nos sobrecarregam, tornando-se um peso que nos pressiona quando tentamos alcançá-los, nos oprime quando tentamos atingi-los, nos sufoca quando tentamos realizá-los.


A busca incessante por ser a versão idealizada de nós mesmos nos leva a constantes autocríticas e autossabotagem, nos tornamos nossos próprios carrascos, nos criticando implacavelmente por cada falha, cada tropeço.


Ao nos compararmos a esses ideais inatingíveis, sacrificamos nossa saúde mental, nossa espontaneidade e nossa alegria em nome de uma perfeição impossível.


Ao tentar ser a mulher ou o homem ideal, percebemos que não somos verdadeiramente nós mesmos. Essa idealização nos afasta de quem realmente somos, nos fazendo sentir inadequados, insuficientes e errados.


O processo de autoconhecimento proporciona um meio para reconhecer e aceitar nossa autenticidade, permitindo-nos explorar e abraçar quem somos, sem a pressão de corresponder a padrões inatingíveis.


É um desafio romper com os ideais que nos sobrecarregam, mas o caminho para a verdadeira felicidade começa quando nos permitimos ser mais generosos conosco mesmos.

A cura se inicia ao desconstruir esses ideais, ao quebrar as correntes que nos mantêm presos a padrões impossíveis.


Reduzir esses ideais não significa baixar nossos padrões, mas sim libertar-nos da prisão autoimposta pela busca incessante da perfeição.


E aqui vale lembrar que:


- Você não precisa ser perfeito para ser feliz.

- Suas falhas e imperfeições fazem parte de quem você é.

- Aceite-se e celebre suas conquistas, grandes e pequenas.

- A vida é uma jornada de aprendizado e evolução constante.

- Reinventar-se é um processo que exige coragem, autoconhecimento e compaixão.


Redefinir o que significa ser bem-sucedido, um bom pai, uma boa mãe, um profissional de valor, é um passo crucial para libertar-se das amarras do idealismo.


Ao invés de se punir por aquilo que não conseguiu realizar, é hora de celebrar o que já alcançou. A reinvenção começa quando permitimos a nós mesmos sermos humanos, com falhas e imperfeições. Aceitar quem somos, com todas as nossas nuances, é o primeiro passo para uma vida mais autêntica e satisfatória.


Convido cada leitor a refletir sobre os ideais que carrega consigo e a considerar a libertação dessas amarras autoimpostas. Ao quebrar os padrões inatingíveis, podemos encontrar uma felicidade mais genuína e uma conexão mais profunda com nossa verdadeira essência.

 

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