Jornal Estado de Minas
ALMA ALEMÃ

Confira os detalhes deste projeto baseado em um Fusca estilo Martini Racing


 
 


“O Fusca é uma máquina de fazer amigos!”, afirma o servidor público Demétrius Cruz, de 49 anos, dono de um modelo 1971 que ele próprio “meteu a mão na massa” e fez um projeto de restauração e personalização. Ele conta que sua paixão por carros começou cedo, principalmente pelos modelos da Volkswagen, que eram os carros que seu pai e seus primos tinham. “O primeiro carro que meu pai teve, que eu me lembre, foi exatamente igual a este, um Fuscão 1.500 azul diamante”, explica.
 
- Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
E até encontrar o carro ideal para o projeto, o tal Fusca azul diamante 1971, que é também o ano de nascimento do proprietário, se passaram cerca de três anos. “Quando achava um carro bom, estava muito caro. Quando achava um carro com um preço bom, ele estava muito ruim. Até juntar os dois fatores demorou um pouco”, conta Demétrius. O veículo escolhido estava muito bom de estrutura, mas bem deteriorado, com o interior desgastado e a pintura queimada. O carro ainda não tinha passado por nenhum processo de lanternagem e pintura.
Já na oficina, o Fusca 1971 foi lixado até chegar à lata e depois pintado. Depois dessas primeiras providências, o carro seguiu para a garagem do proprietário, que queria participar ativamente das demais etapas do projeto.
 
Painel em vinil que remete ao jacarandá ganhou volante esportivo da marca Moto-Lita e diversos instrumentos novos - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 

MODIFICAÇÕES “Gosto que meus carros tenham a minha cara”, afirma Demétrius. Para deixar o veículo com o visual que lhe agradasse e o representasse, o servidor público começou a desenhar o projeto, que demorou três anos para ficar pronto. O carro ganhou uma customização de época, remetendo a modificações que eram comuns na década de 1970.
 
Rodas de 15 polegadas foram desenhadas pelo designer Magnus Walker, que tem um Porsche 911 com acessórios idênticos - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
Na dianteira do Fusca, os faróis originais deram espaço aos do Porsche 911 da década de 1970. A maçaneta do capô foi retirada e o friso central alongado. Com a mudança, o capô agora só abre internamente. As setas, que no projeto original ficavam sobre os para-lamas, foram retiradas.
A nova sinalização foi incorporada ao para-choque dianteiro. Os faróis de milha são protegidos por tampas estampadas com a logomarca da Martini Racing, personalização que dita o estilo do carro.
 
Motor 1.5 original teve capacidade volumétrica ampliada para 1.800cm³de cilindrada, resultando em 100cv de potência - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
O Fusca foi equipado com rodas de 15 polegadas, com talas 5,5 polegadas na dianteira e 6 polegadas na traseira. O modelo foi desenhado pelo designer de moda Magnus Walker, aficionado por carros, que tem um Porsche 911 S com rodas idênticas. Para calçar, pneus com largura 175 na dianteira e 195 na traseira. Faixas laterais completam a personalização Martini Racing. “Essa caracterização foi um tributo que resolvi fazer. Em 1971, quem ganhou as 24 Horas de Le Mans foi um Porsche da equipe Martini Racing. Era um Porsche branco, número 22, com esta pintura.
Então resolvi fazer essa homenagem”, explica o proprietário.
 
Revestidos em courvin, bancos com formato concha eram comumente encontrados em carros alemães de 1970 - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
INTERIOR Revestidos em courvin, os bancos com formato concha clássico eram comumente encontrados em carros alemães de 1970. O volante é da marca Moto-Lita, com o mesmo visual encontrado em carros superesportivos e de corrida na época. A alavanca de câmbio também foi modificada, e conta com o engate 40% mais curto do que as convencionais Volkswagen. O painel e os forros de porta têm detalhes em vinil remetendo ao jacarandá.
 
Além do tributo, Demétrius define o projeto como uma customização de época, remetendo a modificações comuns na década de 1970 - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
Além disso, o painel do Fusca ganhou diversos instrumentos para monitorar o motor, como o mostrador de pressão do óleo, pressão do combustível, temperatura do óleo e controlador da mistura entre combustível e ar. Os cintos de segurança diagonais são originais, porém, visando à efetividade, Demétrius renovou todos seus pontos de ancoragem. Uma manta em alumínio foi aplicada no teto, nas laterais e no piso, para diminuir a temperatura no interior do carro.

PERFORMANCE O motor 1.5 original teve a capacidade volumétrica ampliada para 1.800cm³ de cilindrada, e conta com aproximadamente 100cv de potência. Para isso, o curso do virabrequim foi aumentado para privilegiar o torque do carro, facilitando arrancadas e retomadas. A carburação é Weber 44. O veículo ainda conta com cabeçotes trabalhados, dutos polidos e válvulas em aço inoxidável com diâmetros maiores do que os originais. Os escapes foram refeitos com novo dimensionamento, para suprir o novo motor.
Além disso, o Fusca conta com radiador externo com ventoinha elétrica dupla, para refrigerar as camisas do motor.
 
Faróis originais deram espaço aos do Porsche 911 da década de 1970, enquanto os auxiliares são protegidos por tampas - Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press 
 
Demétrius conta que ainda não colocou seu Fusca Martini Racing no dinamômetro porque pretende continuar as modificações de performance instalando uma injeção quadrijet central, que já está em fase de produção. O carro conta com freios a disco nas quatro rodas, amortecedores com maior pressão que os originais e barras estabilizadoras na dianteira e traseira. “Minha companheira de passeio é minha filha Lara, de 11 anos, que é apaixonada pelo Fusca”, revela o proprietário.
 
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