(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas FIAT CRONOS DRIVE 1.8 AT6

Bonito, mas falta conteúdo

Testamos o sedã compacto fabricado na Argentina, que não tem vendido muito por aqui. Confira os erros e acertos do projeto, lançado há dois anos no mercado brasileiro


postado em 14/03/2020 04:00

Com lanternas de LED e balanço curto, design traseiro é elegante(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
Com lanternas de LED e balanço curto, design traseiro é elegante (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 
Lançado há dois anos, o Fiat Cronos ajudou a inaugurar uma nova geração de sedãs compactos premium no mercado nacional. Mesmo saindo à frente da maioria dos atuais concorrentes do segmento, o modelo não se transformou em um queridinho, sendo o 33º automóvel mais vendido do país em 2019, com 24.080 emplacamentos. Para comparar, o Volkswagen Virtus teve 46.876 unidades vendidas nesse mesmo período. O Toyota Yaris Sedã, cuja versão de entrada é R$ 9 mil mais cara em relação ao Cronos mais simples, vendeu 29.759 unidades. Até o Chevrolet Onix Plus, com apenas três meses de vendas e um histórico precoce de recall, registrou 26.852 emplacamentos.
 
Para entender por que o sedã fabricado na Argentina não está no topo dessa lista, testamos a versão Drive com motor 1.8, oferecido apenas em parceria com câmbio automático, que custa R$ 69.990. Cabe registrar que o Cronos é o único modelo da Fiat que ainda oferece o câmbio automatizado de uma embreagem GSR (favor não confundir o câmbio automático da unidade testada!), em versão equipada com motor 1.3 Firefly (por R$ 66.690). Logo, a iminente retirada desse câmbio do mercado reforça as ressalvas que sempre fizemos a seu respeito: desconforto das trocas de marcha, manutenção dispendiosa e dificuldade na revenda.
 
Distância entre-eixos é a mais curta entre os concorrentes, comprometendo espaço interno(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
Distância entre-eixos é a mais curta entre os concorrentes, comprometendo espaço interno (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 

A BORDO De todos os concorrentes do segmento, o Cronos é o que tem menor comprimento e entre-eixos, medida intimamente ligada ao espaço interno. Para ceder espaço para as pernas, a solução foi encurtar os assentos. Mas quem paga por isso são os passageiros, que sofrem com o desconforto. O banco traseiro só acomoda sem aperto dois passageiros, o que é comum em um compacto. Nem o motorista é poupado. Como o volante não tem regulagem em distância (apenas de altura), é difícil encontrar uma boa posição de pilotagem. Já o porta-malas é dos maiores, com volume de 525 litros, abrigando ainda o estepe. Mas falta acabamento na parte de cima do compartimento. Outra mancada é que, na versão testada, não há opção de rebater o banco traseiro para estender o porta-malas.
O acabamento abusa do uso do plástico, mas sempre com aspecto e toque agra- dáveis. Os bancos são revestidos em tecido, mesmo material presente em um aplique nos painéis de porta dianteiros. Já a forração do teto tem tecido com aspecto pobre. Tapetes são de borracha. Já a montagem deixa a desejar. O aplique horizontal que quebra a monotonia do painel tem uma pequena fenda. A unidade testada também apresentava muito ruído emitido pela vibração dos componentes do acabamento interno, característica apresentada por vários modelos da marca.
 
Acabamento tem materiais simples e montagem merecia mais cuidado (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
Acabamento tem materiais simples e montagem merecia mais cuidado (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 

RODANDO Na cidade, pisando leve no acelerador, o modelo desenvolve gradualmente. O velho motor 1.8 E.torQ até fornece bons números de potência e torque, mas a gestão do câmbio tenta segurar um pouco seu desempenho. Ainda assim, o consumo de combustível é elevado. Porém, se o objetivo é uma tocada mais dinâmica, basta pisar fundo no pedal da direita para que o câmbio desça uma ou duas marchas, subindo o giro e entregando mais performance.
 
Na estrada, o Cronos não demora a ganhar ritmo, explorando toda a linha do conta-giros até atingir a velocidade de cruzeiro e se acomodar em um ponto onde o consumo é menor. Por esse motivo, o câmbio deveria ter a opção do modo esportivo para manter as rotações elevadas. De qualquer forma, sempre há opção de trocas manuais, nesta versão na própria alavanca de câmbio. Sobre piso irregular, o conforto da suspensão é notável. A direção tem assistência elétrica, com pesos adequados para cada situação.
 
 

CONCORRENTES O nível de equipamentos de série da versão Drive 1.8 AT6 é bem básico, destacando-se pelos controles de tração e estabilidade. Por outro lado, rodas de aço e vidros elétricos apenas nas portas dianteiras são um excesso de simplicidade para um veículo que custa R$ 69.990. Outros itens como airbags frontais, assistente de partida em rampa, ar-condicionado e sistema multimídia estão na média. Mas, de forma geral, a concorrência oferece mais itens. Quem “quebrou” o segmento foi o Chevrolet Onix Plus, que, na versão LTZ 1.0 Turbo AT (R$ 72.650) se diferencia com itens como seis airbags, chave presencial, assistente de frenagem de emergência e sensor crepuscular.
 
O VW Virtus Comfortline 200 TSI é bem mais caro (R$ 78.590), e traz quatro airbags, bloqueio do diferencial, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, volante com ajuste em altura e distância. Já o Honda City LX 1.5 CVT (R$ 75.600) é o único a dever controle de tração e estabilidade, além de outros itens, e ainda precisa de uma renovação urgente para tentar continuar no páreo. O Toyota Yaris Sedã XL 1.5 CVT tem preço (R$ 69.990) e pacote muito parecidos com o do Cronos testado, se abstendo do sistema multimídia, mas adotando rodas de liga leve de 15 polegadas.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)