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Estado de Minas HYUNDAI HB20S 1.0 TGDI DIAMOND PLUS

Os dotes e "poréns" do sedã

Modelo compacto tem desenho polêmico e eficiente conjunto mecânico, que garante bom desempenho. Espaço interno é ponto positivo, mas acabamento tem falhas e preço é alto


postado em 23/11/2019 04:00 / atualizado em 22/11/2019 17:49

A grade frontal é o principal motivo de descontentamento dos fãs do modelo(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
A grade frontal é o principal motivo de descontentamento dos fãs do modelo (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)


O Hyundai HB20S passou pelas mesmas modificações visuais que foram feitas no hatch, e traz a frente igual, detalhe que gerou muita polêmica desde o lançamento dos modelos. Mas no conjunto, o sedã tem desenho mais equilibrado e harmônico, graças à traseira de linhas mais leves. Testamos a versão topo de linha, equipada com a melhor opção em termos de conjunto mecânico, que traz o motor 1.0 turbo e câmbio automático de seis marchas. O sedã é espaçoso e tem boa lista de equipamentos de série, mas o preço é salgado, fator que pesa na hora de encarar a concorrência.
O HB20S pode ser enquadrado no segmento de sedãs compactos premium, onde tem como principais concorrentes o também novo Chevrolet Onix Plus, o VW Virtus, o Fiat Cronos e o Toyota Yaris. Como os lançamentos são recentes, ainda está cedo para medir o desempenho de Onix Plus e HB20S no mercado, já que o modelo da Chevrolet mudou de nome e carrega o volume do “falecido” Prisma. De qualquer forma, o sedã da Hyundai vai ter que mostrar seus dotes para melhorar sua posição no ranking.
 
Para isso, a nova geração do HB20S chega com a mesma plataforma que vinha sendo usada antes, mas com reforços estruturais e aumento nas dimensões, como na distância entre-eixos, que cresceu 3cm. Além disso, o modelo tem a mesma frente do hatch, que não agradou muito os fãs do HB20 por ter a grade dianteira em formato que sugere um aspecto triste, pra baixo. Nesta versão topo de linha, a Diamond Plus, o sedã traz detalhes cromados na frente e faróis com um projetor e assinatura de LED. As maçanetas também são cromadas, assim como o friso na base da moldura das janelas.
A partir da coluna C, começam as principais diferenças entre o hatch e o sedã. Visto de lado, o HB20S tem vidro traseiro mais inclinado, a terceira coluna mais larga e a traseira bem curta. Na quina da tampa do porta-malas uma saliência sugere um discreto defletor de ar. Mas o ponto forte ali está nas lanternas, que ganharam novo desenho e agora ficam rentes à carroceria, e não mais pronunciadas. O detalhe é que as lanternas não usam LEDs. Mas, no geral, a traseira ficou mais limpa e elegante, formando um conjunto um pouco mais harmônico com o restante do carro.
 
Lanternas traseiras têm novo desenho e agora ficam rente à carroceria(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
Lanternas traseiras têm novo desenho e agora ficam rente à carroceria (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 

ESPAÇO O porta-malas tem abertura interna e na chave, e com seus 475 litros não chega a ser o maior do segmento, mas oferece um bom volume. O detalhe ali é que a tampa do compartimento usa as alças do tipo pescoço de ganso, que comprometem parte do espaço, e ainda trazem o chicote elétrico exposto, demonstrando falta de zelo no acabamento. Mas não para por aí. Falta revestimento em parte do lado interno da tampa e na parte superior do porta-malas, que tem apenas uma pintura fosca precária. O estepe de emergência fica dentro do compartimento de bagagem.
 
A versão testada conta com rodas de liga leve de 15 polegadas e chave presencial, que pode permanecer no bolso. Mas para abrir a porta não basta encostar na maçaneta, é preciso apertar um pequeno botão ali instalado. O no lado de dentro o sedã mostra que está apto a atender às necessidade de uma família pequena. Os bancos dianteiros são confortáveis, apoiam bem as pernas, contam com abas laterais no assento e no encosto, e o do motorista tem ajuste de altura, mas não conta com a regulagem lombar.
 
Teto com descaída acentuada e traseira curta conferem aspecto elegante ao sedã(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
Teto com descaída acentuada e traseira curta conferem aspecto elegante ao sedã (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 
 
O banco traseiro também tem assento que apoia bem as pernas e traz a vantagem de ter o túnel baixo no assoalho ao centro, sobrando mais espaço para as pernas de quem viaja ali. Mas, considerando o espaço para os ombros, três adultos ficam apertados no banco traseiro. O ideal com conforto são duas pessoas. Não tem saída de ar-condicionado e nem entrada USB pra quem senta ali. Apesar disso, o banco traseiro conta com três cintos de segurança retráteis, três apoios de cabeça, sistema Isofix de fixação de cadeiras infantis e iluminação central no teto.
 
Para ligar o carro, basta apertar o botão start/stop. O volante conta com ajuste de altura e distância, além de ser revestido em couro, ter boa pega e comandos para o som, celular, controlador de velocidade, e aletas para mudanças de marchas. O ar-condicionado tem painel com tela digital, mas não especifica a temperatura escolhida. O painel é igual ao do hatch, com conta-giros analógico e tela digital com velocímetro, computador de bordo e indicador de marcha engatada. O detalhe é que o computador de bordo é acessado por uma pequena haste no painel, atrás do volante, o que não é muito prático. O acabamento interno traz couro perfurado em cinza nos bancos e em detalhes nas portas. O painel é revestido com plástico duro, mas de boa qualidade, além de trazer uma faixa em preto brilhante.
 
No painel, plástico duro de boa qualidade, central multimídia com tela tátil flutuante e comandos à mão(foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
No painel, plástico duro de boa qualidade, central multimídia com tela tátil flutuante e comandos à mão (foto: Adriano Sant'Ana/EM/D.A Press)
 

DIRIGINDO O sedã compacto é equipado com o motor 1.0 turbo, que ganhou injeção direta de combustível. Tem bom torque em baixas rotações e reage rápido às acelerações. Proporciona bom desempenho, com boas retomadas de velocidade na estrada, além de garantir agilidade no trânsito urbano. Ele trabalha em conjunto com o câmbio automático de seis marchas, que foram bem escalonadas, favorecendo o melhor aproveitamento da força do motor. E as trocas de marchas acontecem de forma suave, sem trancos e sem mudanças desnecessárias. O câmbio não tem a opção S para um modo esportivo, mas as trocas de marchas podem ser feitas manualmente na alavanca ou nas aletas atrás do volante, deixando o sedã mais ágil. Em nosso percurso misto de teste (cidade/estrada), o computador de bordo acusou consumo de 10,5km/l com etanol.
 
A direção do sedã foi bem calibrada, com cargas bem definidas para baixas e altas velocidades, além de bom diâmetro de giro. A câmera de ré e o sensor de estacionamento compensam a a visibilidade traseira ruim. As suspensões são bem equilibradas, garantindo conforto de marcha ao filtrar as irregularidades do solo e boa estabilidade em curvas, com pouca inclinação da carroceria. Os freios com discos na frente e tambores atrás, com o auxílio da eletrônica, atuaram de forma eficiente.
Do lado esquerdo do motorista teclas permitem ativar ou desativar o start/stop, que desliga o motor em paradas; o controle de manutenção de faixa, que emite avisos sonoro e luminoso; o controle de estabilidade; e o alerta de colisão frontal com frenagem de emergência.
 
O Hyundai HB20S Diamond Plus é a versão mais completa do modelo e, portanto, é bem equipada, tem bom acabamento e bom desempenho, mas cobra caro por isso. Se for comparado aos concorrentes que usam conjunto mecânico semelhante – Chevrolet Onix Plus e VW Virtus –, o modelo da marca coreana se equilibra em números e conteúdo, mas figura entre os mais caros. Neste segmento é preciso comparar todos os detalhes e fazer contas para não errar na escolha. Mas o HB20S está na briga e tem fortes argumentos que podem te convencer.

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