Jornal Estado de Minas

HYUNDAI HB20 1.0 TGDI DIAMOND PLUS

De queridinho a patinho feio

A distância entre-eixos do hatch foi aumentada em 3cm, e a carroceria ganhou novos vincos - Foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press

O Hyundai HB20 mudou, mas para alguns não agradou. Ele é o segundo modelo mais vendido no mercado brasileiro e sempre fez sucesso, principalmente, pelo visual mais ousado e pacote de conteúdo. Mas agora, na nova geração, o hatch compacto causou certa polêmica, já que suas novas linhas decepcionaram uma parcela dos fãs. O certo é que de perto o novo HB20 é bem mais interessante e não decepciona no desempenho e nem no pacote de equipamentos, principalmente na versão topo de linha, testada pelo VRUM. Confira!
 
Apesar de ter mantido a plataforma anterior, mas com alguns reforços estruturais e com aumento nas dimensões (3cm na distância entre-eixos), o novo Hyundai HB20 chega com o visual modificado. Mantém a mesma proposta do estilo coreano, mas traz uma grade frontal mais ampla, com grande entrada de ar e moldura cromada, que tem sido um dos pontos principais das críticas. Os mais severos dizem que a nova grade deu ao hatch um aspecto triste, pra baixo. Realmente, o modelo ganhou um formato em cunha na frente, com a parte inferior do para-choque mais rebuscada, conferindo discreta esportividade.
Ali, um elemento horizontal em preto une os dois nichos que abrigam os faróis de neblina.
 
Lanternas traseiras não têm mais as lentes em alto relevo, mas não usam LEDs - Foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press 
 
Os faróis têm desenho mais alongado, com um projetor e luz diurna de LED. Os cincos aparecem no capô e nas laterais, onde são mais marcantes. As janelas trazem uma moldura preta que se estende até a coluna C, transmitindo a ideia de desconexão do teto, que parece flutuante, com a parte inferior da carroceria. O teto tem um afundamento central, para otimizar o aspecto aerodinâmico. A traseira também foi modificada, ganhando vidro mais estreito e colunas mais largas, que comprometem a visibilidade. As lanternas traseiras têm novo desenho e agora ficam rentes à carroceria, invadindo a tampa do porta-malas e as laterais, mas não usam LED.

ESPAÇO O porta-malas, com 300 litros de capacidade, está na média do segmento, e conta com revestimento e iluminação. O estepe fica dentro do compartimento de bagagem, na parte inferior.
A versão Diamond Plus, topo de linha, tem chave presencial, que pode permanecer no bolso, mas para abrir a porta é preciso apertar um pequeno botão de plástico na maçaneta, liberando as outras. Nos bancos dianteiros, motorista e passageiro se acomodam com conforto, com assentos que apoiam bem as pernas e encostos com abas laterais e apoios de cabeça ajustáveis em altura. O banco do motorista traz ainda regulagem de altura e os comandos do painel e e portas estão bem localizados.
 
Interior tem acabamento na cor marrom com detalhes em azul, e comandos bem localizados - Foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press
 
O volante conta com ajustes de altura e distância, e ainda traz comandos para o áudio, telefone e controlador de velocidade, além de aletas para mudanças de marchas. O banco traseiro tem bom espaço, com assento que apoia bem as pernas, mas só para quem senta nas extremidades. No meio, as pernas ficam levantadas e não apoiam corretamente, apesar de o túnel do assoalho ser mais baixo. O console entre os bancos dianteiros invade um pouco o espaço traseiro e não traz entradas USB e nem saídas de ar-condicionado para quem senta no banco traseiro, que tem encosto bipartido e conta com todos os itens de segurança, inclusive Isofix para fixação de cadeiras infantis.

ACABAMENTO O acabamento interno é feito com plástico duro marrom no painel e nos painéis de portas, mas o material aparenta boa qualidade. Os bancos são revestidos em couro marrom com costura azul, e o mesmo material aparece também em detalhe nos painéis das portas. Outro detalhe em azul brilhante aparece na faixa que atravessa parte do painel, que tem desenho simples.
O painel de instrumentos traz um conta-giros analógico e uma tela digital com o velocímetro, o marcador de combustível e o computador de bordo. Mas o acesso às informações é feito por meio de uma haste junto ao painel. Pouco prático.
 
Do lado esquerdo do painel o motorista tem teclas para ativar/desativar o stop&go, o controle de manutenção de faixa (que emite sinais sonoro e luminoso), o controle de estabilidade e o alerta de colisão frontal com frenagem automática. Um pacote de sistemas de auxílio à condução não muito comum neste segmento.
 
 

DIRIGINDO O motor 1.0 turbo também passou por modificações e ganhou injeção direta de combustível, ficando ainda mais eficiente. O propulsor garante bom torque em baixas rotações, já a partir de 1.500rpm, proporcionando ao hatch agilidade no trânsito urbano. Responde bem às acelerações e proporciona retomadas de velocidade com segurança na estrada. Basta fazer o kick down (afundar o pé no acelerador) para ter uma reposta imediata. Mas quando o giro sobe, o motor tem funcionamento áspero.
 
O câmbio automático de seis marchas permite trocas na própria alavanca ou nas aletas atrás do volante, mas não conta com a posição S, que permite mudanças em giros mais altos. No modo manual, o câmbio deixa o hatch mais esperto, enquanto na posição D proporciona uma condução mais confortável, sem trancos nas mudanças e sem trocas desnecessárias. O modelo traz ainda o providencial assistente de partida em rampa, que não deixa o carro recuar em arrancadas em vias íngremes.
Com etanol no tanque, o computador de bordo registrou um consumo de 7,4km/l em percurso misto cidade/estrada.
 
A direção com assistência elétrica foi bem calibrada, com cargas bem definidas para manobras e em velocidades mais elevadas, garantindo segurança. O diâmetro de giro é bom e facilita as manobras de estacionamento, que são otimizadas pela câmera de ré e sensores. As suspensões são mais firmes e transferem um pouco das irregularidades do solo para a cabine, mas sem ser desconfortável. Por outro lado, garantem boa estabilidade em curvas. O sistema de freios, com discos e tambores associados à eletrônica, atuaram de maneira segura e eficiente.

CONCORRENTES O Hyundai HB20 é vendido na versão de entrada 1.0 Sense (motor aspirado) por R$ 46.490, na intermediária 1.6 Vision por R$ 57.990, e na topo de linha 1.0 TGDI Diamond por R$ 73.590. Já a Diamond Plus, a mais completa, chega aos R$ 77.990 trazendo todos os equipamentos citados como itens de série. Ela concorre com o novo Chevrolet Onix 1.0 turbo Premier, que será lançado ainda este ano, mas que tem preço de R$ 71.580, com seis airbags, sistema multimídia MyLink 3 com OnStar e wi-fi, controle de velocidade de cruzeiro, chave presencial, faróis automáticos, câmera de ré, carregador wireless para o celular, rodas de 16 polegadas, luz de posição e lanternas em LED, assistente de estacionamento semiautônomo e sensor de ponto cego.
 
Já o VW Polo 200 TSI Highline, por R$ 76.990, traz assistente de partida em rampa, sensor de estacionamento traseiro, controle automático de velocidade, quatro airbags, ar-condicionado digital, controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (ASR) e bloqueio eletrônico do diferencial (EDS), luz diurna em LED ao lado dos faróis de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas, sistema de som touchscreen Composition Touch com App-connect, e volante multifuncional revestido em couro com shift paddles. O Hyundai hb20 é um pouco mais caro, mas é bem completo e tem garantia de cinco anos.

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