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Estado de Minas

O Fusca em três momentos

Após o encerramento da produção da terceira geração do modelo, no México, confira detalhes de cada uma de suas fases. Seria o fim do Besouro mais famoso do mundo?


postado em 20/07/2019 04:16

Último Beetle a sair da linha de montagem foi festejado pelos trabalhadores, cedendo espaço para um SUV(foto: Juan Carlos Sanchez/divulgação)
Último Beetle a sair da linha de montagem foi festejado pelos trabalhadores, cedendo espaço para um SUV (foto: Juan Carlos Sanchez/divulgação)
Pedro Cerqueira
 
O Fusca nasceu a partir da demanda de um carro popular para a Alemanha. Quando o projeto estava prestes a ser concluído, a Segunda Guerra Mundial atrasou seu lançamento. O veículo chegou a ser usado durante o conflito na forma de jipes e anfíbios. De volta à paz, o modelo finalmente foi lançado na Alemanha, e, com o passar do tempo, foi ganhando o mundo. No Brasil, o Volkswagen Sedan foi montado pela Brasmotor em 1950, o que foi feito pela própria Volkswagen em 1953, que só passou a fabricá-lo por aqui em 1959.
 
Se tomarmos como base esse primeiro Fusquinha fabricado no Brasil, vamos ver que nem luzes de direção ele tinha, usando as curiosas setas “bananinha” para sinalizar a conversão. O esguicho do para-brisa era uma garrafinha de plástico que deveria ser apertada com as mãos para ser acionada. O sistema elétrico de 6 volts mal dava para dar partida no motor. O propulsor de 1.200cm³ de cilindrada era o tradicional boxer (de cilindros contrapostos), com 36cv de potência e 7,7kgfm de torque, refrigerado a ar. A máxima era de 110km/h e a aceleração até os 100km/h era feita em 39,4 segundos. O câmbio não tinha sincronização e a tração era traseira. Freios eram a tambor.
 
O carrinho media 4,07 metros de comprimento, 1,54m de largura, 1,50m de altura e 2,40m de entre-eixos. O peso? 730kg. O Fusca não era a referência em porte, luxo nem beleza. Também não custava nenhuma barbada. Mas, com o tempo, a simplicidade e a confiabilidade do projeto convenceram. Até sair de linha pela primeira vez no Brasil, em 1986, o veículo passou por várias evoluções. Na Alemanha, o Volkswagen Sedan deixou de ser fabricado em 1978. Foi relançado no Brasil de 1994 a 1996, para depois deixar nosso mercado em definitivo. No México, essa primeira geração sobreviveu até 2003.

NEW BEETLE Apresentado como conceito em 1994, uma segunda geração do Fusca foi lançada em 1998. O design do New Beetle era assinado pela equipe de J. Mays, e apenas as linhas foram inspiradas no velho Besouro. A releitura também deu direito à carroceria descapotada. Construído sobre a plataforma do Golf IV, o modelo trazia motor e tração dianteiros. A versão vendida no Brasil tinha motor 2.0, com 116cv e 17,4kgfm, mas em outras praças a motorização foi de um simples 1.4 aspirado (de 75cv e 12,8kgfm) até um 3.2 V6 com 255cv e 32,6kgfm.
 
As dimensões do veículo eram 4,13m metros de comprimento, 1,72m de largura, 1,51m de altura e 2,51m de entre-eixos. O peso aumentou muito, 1.246kg, o que pode ser explicado também pela enorme oferta de itens de conforto (ar-condicionado, direção hidráulica, etc.). O porta-malas tinha apenas 214 litros, mantendo a tradição de carro ruim para levar bagagem (para aproveitar melhor o espaço no Fusca antigo, era preciso moldar as malas como as curvas do capô, fora que aquele bagageiro atrás do banco traseiro – vulgo chiqueirinho – só podia levar bagagem pequena). É interessante observar que a fabricação desta segunda geração coexistiu com o velho Fusca na planta mexicana de Puebla. O New Beetle foi fabricado até 2011.

FUSCA Para a terceira geração, lançada na sequência, a Volkswagen permitiu o uso oficial dos apelidos regionais que o modelo ganhou mundo afora. Assim, o veículo vendido no Brasil tinha o nome “Fusca” escrito na carroceria. Seu design foi inspirado no Fusca clássico, mas com linhas tão esportivas e agressivas que remetem a um Porsche. Fabricado em Puebla, no México, sua plataforma também era a do Golf VI (PQ35). As dimensões voltam a aumentar: 4,27 metros de comprimento, 1,80m de largura, 1,48m de altura e 2,53m de entre-eixos.
 
O desempenho também era afiado. O motor standard era o 2.0 TSI, com 211cv e 28,6kgfm, com direito a câmbio automatizado de dupla embreagem (mas também havia opção do manual). A velocidade máxima é de 224km/h e a aceleração até os 100km/h em 6,9 segundos. Caro, o modelo deixou de ser vendido no Brasil ainda em 2017. Com a crescente demanda dos SUVs também no mercado americano, que era o principal para o modelo, o Beetle deixou de ser fabricado no último 10 de julho. O último veículo produzido saiu da linha de montagem ao som de mariachis e aplausos. O modelo cede espaço em Puebla para a produção do SUV compacto Tarek.

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