Jornal Estado de Minas

Nem tão "barato" assim


A Fiat é precursora no segmento de veículos aventureiros, e já colheu bons frutos no mercado com sua linha Adventure. A versão Trekking, que já havia sido usada nas picapes Strada, Fiorino e no Palio Weekend, agora chega ao Argo trazendo recursos visuais que fazem dele um misto de aventureiro e esportivo. Mas são apenas adereços que conferem ao hatch compacto um visual diferenciado. Em termos funcionais, as mudanças principais são maior altura em relação ao solo e pneus de uso misto. O modelo foi anunciado por R$ 58.990, mas a Fiat esqueceu de somar o valor da pintura, que pode ir de R$ 650 a R$ 2.050.


O Argo Trekking traz adereços como molduras de plástico nas caixas de rodas, adesivos com o nome da versão nas laterais, adesivo no capô, barras paralelas no teto, aerofólio, logo da Fiat escurecido na traseira, saída de escape esportiva, faróis de LED e teto preto. Por dentro, a principal diferença são os bancos revestidos com tecido e costura laranja aparente, sendo os dianteiros com o nome Trekking bordado no encosto, teto escurecido e saídas de ar-condicionado cromadas.


O pacote de itens de série da versão inclui ainda pneus de uso misto (ATR), central multimídia Uconnect (com Android Auto e Apple CarPlay), faróis de neblina, retrovisores elétricos, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos dianteiros e traseiros. As rodas de liga leve de 15 polegadas e a câmera de ré são opcionais.


A versão Trekking é oferecida com apenas um conjunto mecânico: motor 1.3 FireFly de 101cv com gasolina e 109cv com etanol. O torque é de 13,7kgfm (g) e 14,2kgfm (e) a 3.500rpm.

Os números de consumo declarados pela Fiat são de 12,1km/l na cidade e 13,5km/l na estrada, com gasolina. O câmbio é manual de cinco marchas. Existia uma expectativa de que o modelo seria lançado com a opção de câmbio automático de seis marchas, no lugar do fraco automatizado GSR. Mas a montadora afirma que, por enquanto, o Argo Trekking terá apenas essa opção de conjunto mecânico. Ponto para a concorrência, que disponibiliza seus modelos aventureiros com a opção de câmbio automático.


Outro diferencial do Argo Trekking é a suspensão elevada, exatamente 40mm a mais do que a versão Drive. Com isso, a versão aventureira tem altura em relação ao solo de 210mm, mais alta do que a de concorrentes como Hyundai HB20X (197mm), Renault Sandero Stepway (160,4mm), Ford Ka FreeStyle (160mm) e Chevrolet Onix Activ (150mm). Além de ser mais alta, a suspensão ganhou novos amortecedores e molas, e uma calibragem diferenciada.

DIRIGINDO Com esse conjunto mecânico, o Fiat Argo tem bom desempenho, já conhecido de outras versões.

O carro anda bem, com bom torque em baixas rotações e baixo consumo de combustível. Os engates do câmbio poderiam ser um pouco melhores, já que o curso longo da alavanca prejudica um pouco as mudanças. A suspensão elevada não afetou o comportamento dinâmico do carro no asfalto e nem comprometeu a estabilidade. Em estrada de terra batida, o hatch andou bem, passando tranquilamente sobre lombadas, mas não é aconselhável abusar nas manobras, pois ele sai fácil de traseira.


A Fiat optou por retirar alguns itens da lista de equipamentos do Argo Trekking para tornar seu preço mais atrativo. Mas é bom saber que quem for a uma concessionária da marca não vai conseguir comprar o carro por R$ 58.990, que é o preço do hatch sem pintura. E se o cliente optar por levar as rodas de liga leve (R$ 1.590), a câmera de ré (R$ 700) e escolher pintura sólida (R$ 650), metálica (R$ 1.750) ou perolizada (R$ 2.050), o preço do Argo Trekking pode chegar a R$ 63.330. A versão tem ainda mais de 50 acessórios da linha Mopar disponíveis nas concessionárias da marca. Os principais concorrentes do aventureiro da Fiat são Chevrolet Onix Activ (R$ 62.290), Hyundai HB20X (R$ 63.990) e Ford Ka Freestyle (R$ 64.090), todos com lista de equipamentos mais generosa e com a opção do câmbio automático.

(*) Jornalista viajou a convite da Fiat

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